ADEUS FRALDAS! E AGORA?
O meu primeiro ano como educadora foi numa sala de 2 anos em
que as crianças vinham pela primeira vez para a Creche, e todas usavam fraldas.
Que medo! Como ia a criança deixar de fazer as suas necessidades livremente
para passar a ter rotina de ir ao bacio/sanita?
E não há problema nenhum em assumir os nossos receios, não considero
uma fragilidade, pelo contrário, é o termos abertura para aprender e crescer profissionalmente.
Ao longo dos anos, nas funções de coordenadora, pude observar
várias formas de se proceder ao desfralde, e essas observações permitiram-me
criar as minhas próprias estratégias… e não tenho solução mágica! Antes de
iniciar o desfralde há alguns passos que tenho em conta: observar a maturidade
da criança e a sua capacidade de perceber o processo sem que fosse algo
mecanizado; envolver a família (diálogo, texto sobre Adeus Fraldas; listagem
material); não fazer do processo algo doloroso para a criança (ex: passar muito
tempo no bacio); valorizar as
conquistas, vivenciar com tranquilidade os “acidentes” (fazem parte, e é
importante para a criança perceber o que é o correto)… e MUITO IMPORTANTE ,
SEMPRE- RESPEITAR CADA CRIANÇA. Nenhuma criança é igual, cada uma tem o seu
ritmo, umas interiorizam esta rotina mais facilmente, outras demoram mais tempo
(mas devem demorar o tempo que necessitem), e noutras é necessário parar o
processo e voltar a iniciar quando a criança se sentir preparada ( e não tem
mal nenhum, não é um drama, pior será insistir em algo que a criança não está
ainda preparada)
No Ninho dos Corujinhas começamos a 2 junho o projeto “ Adeus
fraldas” na sala 1 /2 anos, e comecei pela criança mais “velha” e pela mais “nova”…
porquê? Não teve a ver com a faixa etária, baseei-me nas observações que fiz do
grupo e individuais… confesso que tive algum receio em relação à criança mais “nova”…
mas passadas duas semanas provou-me que este é um processo que tem a ver com
cada criança e não podemos reduzir à faixa etária. Um outro aspeto, quando
inicio este processo não o faço com muitas crianças, prefiro que seja mais
moroso, mas com menos crianças há uma maior disponibilidade que é tão
importante na fase inicial, não podemos esquecer que todas as rotinas da sala
se mantêm e temos de ter o tempo necessário para vivenciar com as crianças
estes momentos.
Enquanto profissional de educação acredito que esta etapa de
crescimento das crianças, tal como todas as outras, deverá ser vivenciada e
entendida pela criança, e por isso mesmo assumo como um tema de projeto de sala…
e começamos com a história “ Está na
hora do bacio” em que vamos brincando com as várias personagens e vários elementos
como o bacio, as cuecas, as fraldas… e em torno desta história iremos
desenvolver diversas atividades de todas áreas desenvolvimento… deste modo,
esta nova rotina passa a ser vivenciada com a mesma postura que adoptamos
noutros temas desenvolvidos ao longo do ano.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguyrecRJWJyIKmFAxAJgi2_jYs3qyW2_cm5L9AsXvi7X41fUmVuYkFqi2ERG1UoziZl_ox6DP1IDCS4mewYmO77ZcbUhyphenhyphenGz-3dthtBPUx8b4iWRpINjuYw1jULkljJdGZJgGULDeWWFvaT/s320/62378154_618650905308511_3298582909652303872_n.jpg)
Refiro mais uma vez que não tenho solução Mágica… que é um
processo que depende de vários factores, mas há um aspeto que considero ser o
mais importante , o RESPEITAR CADA CRIANÇA … esta tem sido a estratégia que já
utilizo há 3 anos e que faço alterações conforme o grupo, mas continuo a
acreditar que vivermos este momento como um Projeto de Sala permite um
envolvimento de todos de um modo mais tranquilo, de um modo mais lúdico, e
quando estamos envolvidos de um modo positivo tudo funciona melhor!
Para mim, como profissional de educação, é um privilégio ver
os pequenotes a crescer de um modo tranquilo, a envolverem-se nos projetos, a
fazerem as suas descobertas… e a cada dia a CRESCER e a permitirem-me crescer
ao seu lado…
E assim A CRESCER,
TODOS JUNTOS, SOMOS FELIZES!