Preparem-se paizinhos vão começar as ranhocas de várias cores, as tosses, as febres e febrões, noites mal dormidas… as gripes estão cada vez mais poderosas e vão atacar em força… e lá vai perguntar o pediatra “ Anda no INFETÁRIO ?” (esquecendo-se que os hospitais são verdadeiros focos de propagação de doenças, especialmente quando fazem as crianças permanecer horas e horas sem fim…). A nós, profissionais de educação, ninguém nos prepara para sermos “profissionais de saúde”… mas nós preparamo-nos o melhor que conseguimos… e há pormenores que podem não ganhar a “guerra” contra os vírus mas que podem aliviar… e todos queremos o melhor para as nossas crianças… e sim num mundo ideal criança doente tem de ficar em casa, mas nem sempre é possível, especialmente neste mundo laboral em que os empregos são cada vez escassos, em que cada vez há maior exigência…
Como educadora não tenho receitas, o que vou fazendo resulta da experiência que fui adquirindo ao longo dos tempos, e todos os dias estamos a aprender… uma das minhas ferramentas mais preciosas são dois livros do Pediatra Mário Cordeiro ( o Grande livro do bebé; o livro da Criança) , compostos por linguagem muito simples e esclarecedora. Outra ferramenta importante, mas que temos de ter sempre ativa, é a OBSERVAÇÃO… especialmente em crianças mais pequenas que não verbalizam o que sentam mas que o manifestam através da sua linguagem corporal, é importante perceber todos os sinais e perceber cada criança ( há crianças que podem estar com febre e não ter testa quente, mas estarem mais apáticas- na dúvida medir sempre a temperatura). Outra medida importante é quando começam as ranhocas ir colocando soro ao longo do dia, alivia bastante e pode fazer toda diferença no bem estar da criança (por exemplo, se for comer toda entupida a criança não irá comer nada)… eu sou assumidamente ADEPTA DO SORO, apesar de ser algo que raramente crianças apreciam compensa pelo bem estar que lhes pode dar (lembro-me perfeitamente de ter pedido ajuda ao pediatra dos meus filhos para me ensinar a colocar soro de um modo mais eficaz ). Outra medida, é muito importante ir dando água ao longo do dia, especialmente agora em que a vontade beber água diminui, é importante que o adulto insista pois a hidratação é essencial. Outra medida, ter muita atenção ao modo como se utiliza o ar condicionado, somos nós que regulamos a temperatura por isso é responsabilidade nossa, e eu própria já ouvi muitas vezes “ As creches parecem salas de choco, abre-se a porta e vem lufadas de ar quente”… mais uma que ninguém nos ensina, eu pedi mais uma vez apoio do pediatra dos meus filhos, se tivermos de usar ar condicionado não é colocar em altas/baixas temperaturas (por exemplo para quente se nos sentirmos bem andar de t-shirt é porque temperatura está muito alta)… sinceramente prefiro que as crianças tenham roupa adequada a ligar temperatura pois estamos num local fechado dia todo e respirar aquele ar quente só vai levar a maior propagação de vírus, durante a sesta sou mesmo contra, é preferível ter roupa de cama adequada, e nesta situação, com todos grupos que tive pude ver resultados positivos . Outra medida, no final dia, aquando da limpeza, é importante arejar a sala, deixar entrar ar puro, eu sei que não é agradável estar fazer limpeza com corrente de ar, mas este é um aspecto importante, deixar as salas respirarem . A medida mais importante de todas é manter sempre comunicação com os pais/ famílias, é importante haver troca de informação, se pais tiveram de medicar criança de manhã deve referir à equipa de sala, é preferível do que se estar a duplicar medicação, se a criança tiver febre é agir e medicar-se ou se necessário em caso pico de febre usar a banheira, e depois entrar em contato com a família… primeiro, e sempre primeiro, o bem estar da criança…
Somos profissionais de educação, damos o nosso melhor, não temos soluções e quem nos dera que os nossos pequenotes não adoecessem… mas damos o nosso melhor, e eu, enquanto educadora recuso-me a que chamem as nossas salas de INFETÁRIOS… a minha recusa passa por tomar medidas que possam proporcionar bem estar às nossas crianças…
Os pediatras têm certa razão, pois num espaço como hospital ou centro de saúde há normas de desinfecção e limpeza diferentes dos jardins de infância. E o número de horas que uma criança passa quando vai ao hospital ou quando está no jardim de infância é bem diferente, o que proporciona maior tempo de infestação entre as crianças. Se o jardim de infância borrifa o espaço com algum produto desinfectante (por exemplo: enquanto vão almoçar e dormir e no fim do dia quando vão embora para preparar para o outro dia o local desinfectado, coo por exemplo o cif antibacteriano que diz que elimina 99% de bactérias e vírus e afins), então aí sim os médicos perdem legitimidade para dizer uma coisa dessas. No entanto, sem dúvida que é de louvar o que muitos profissionais de educação fazem, tal como você, e o seu artigo está muito bom, felicidades!!
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