quinta-feira, 22 de novembro de 2018

GUERRA ABERTA ÀS GRIPES!! E nós não somos INFETÁRIOS!!



Preparem-se paizinhos vão começar as ranhocas de várias cores, as tosses, as febres e febrões, noites mal dormidas… as gripes estão cada vez mais poderosas e vão atacar em força… e lá vai perguntar o pediatra “ Anda no INFETÁRIO ?” (esquecendo-se que os hospitais são verdadeiros focos de propagação de doenças, especialmente quando fazem as crianças permanecer horas e horas sem fim…). A nós, profissionais de educação, ninguém nos prepara para sermos “profissionais de saúde”… mas nós preparamo-nos o melhor que conseguimos… e há pormenores que podem não ganhar a “guerra” contra os vírus mas que podem aliviar… e todos queremos o melhor para as nossas crianças… e sim num mundo ideal criança doente tem de ficar em casa, mas nem sempre é possível, especialmente neste mundo laboral em que os empregos são cada vez escassos, em que cada vez há maior exigência…
Como educadora não tenho receitas, o que vou fazendo resulta da experiência que fui adquirindo ao longo dos tempos, e todos os dias estamos a aprender… uma das minhas ferramentas mais preciosas são dois livros do Pediatra Mário Cordeiro ( o Grande livro do bebé; o livro da Criança) , compostos por linguagem muito simples e esclarecedora. Outra ferramenta importante, mas que temos de ter sempre ativa, é a OBSERVAÇÃO… especialmente em crianças mais pequenas que não verbalizam o que sentam mas que o manifestam através da sua linguagem corporal, é importante perceber todos os sinais e perceber cada criança ( há crianças que podem estar com febre e não ter testa quente, mas estarem mais apáticas- na dúvida medir sempre a temperatura). Outra medida importante é quando começam as ranhocas ir colocando soro ao longo do dia, alivia bastante e pode fazer toda diferença no bem estar da criança (por exemplo, se for comer toda entupida a criança não irá comer nada)… eu sou assumidamente ADEPTA DO SORO, apesar de ser algo que raramente crianças apreciam compensa pelo bem estar que lhes pode dar (lembro-me perfeitamente de ter pedido ajuda ao pediatra dos meus filhos para me ensinar a colocar soro de um modo mais eficaz ). Outra medida, é muito importante ir dando água ao longo do dia, especialmente agora em que a vontade beber água diminui, é importante que o adulto insista pois a hidratação é essencial. Outra medida, ter muita atenção ao modo como se utiliza o ar condicionado, somos nós que regulamos a temperatura por isso é responsabilidade nossa, e eu própria já ouvi muitas vezes “ As creches parecem salas de choco, abre-se a porta e vem lufadas de ar quente”… mais uma que ninguém nos ensina, eu pedi mais uma vez apoio do pediatra dos meus filhos, se tivermos de usar ar condicionado não é colocar em altas/baixas temperaturas (por exemplo para quente se nos sentirmos bem andar de t-shirt é porque temperatura está muito alta)… sinceramente prefiro que as crianças tenham roupa adequada a ligar temperatura pois estamos num local fechado dia todo e respirar aquele ar quente só vai levar a maior propagação de vírus, durante a sesta sou mesmo contra, é preferível ter roupa de cama adequada, e nesta situação, com todos grupos que tive pude ver resultados positivos . Outra medida, no final dia, aquando da limpeza, é importante arejar a sala, deixar entrar ar puro, eu sei que não é agradável estar fazer limpeza com corrente de ar, mas este é um aspecto importante, deixar as salas respirarem . A medida mais importante de todas é manter sempre comunicação com os pais/ famílias, é importante haver troca de informação, se pais tiveram de medicar criança de manhã deve referir à equipa de sala, é preferível do que se estar a duplicar medicação, se a criança tiver febre é agir e medicar-se ou se necessário em caso pico de febre usar a banheira, e depois entrar em contato com a família… primeiro, e sempre primeiro, o bem estar da criança…
Somos profissionais de educação, damos o nosso melhor, não temos soluções e quem nos dera que os nossos pequenotes não adoecessem… mas damos o nosso melhor, e eu, enquanto educadora recuso-me a que chamem as nossas salas de INFETÁRIOS… a minha recusa passa por tomar medidas que possam proporcionar bem estar às nossas crianças…

1 comentário:

  1. Os pediatras têm certa razão, pois num espaço como hospital ou centro de saúde há normas de desinfecção e limpeza diferentes dos jardins de infância. E o número de horas que uma criança passa quando vai ao hospital ou quando está no jardim de infância é bem diferente, o que proporciona maior tempo de infestação entre as crianças. Se o jardim de infância borrifa o espaço com algum produto desinfectante (por exemplo: enquanto vão almoçar e dormir e no fim do dia quando vão embora para preparar para o outro dia o local desinfectado, coo por exemplo o cif antibacteriano que diz que elimina 99% de bactérias e vírus e afins), então aí sim os médicos perdem legitimidade para dizer uma coisa dessas. No entanto, sem dúvida que é de louvar o que muitos profissionais de educação fazem, tal como você, e o seu artigo está muito bom, felicidades!!

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