Gosto de ti… simplesmente porque gosto!
Fevereiro… não sei onde foi decretado que neste mês o
AMOR/AFETOS seria tema obrigatório a ser contemplado nos projetos de sala, pelo
menos até não chegar o CARNAVAL, outro tema com carácter obrigatório!
Mas afinal os Afetos, o Amor não deve estar presente todos os
dias? Tem dia específico para acontecer? Mitos e mais mitos… obrigatoriedades
decretadas por mais do mesmo, sem pensar no mais importante, nos protagonistas,
as CRIANÇAS!
Eu, Ana Luísa, assumidamente uma pessoa/profissional
Emocional, acredito que os Afetos não se ensinam… VIVEM-SE… mas primeiro tem de
começar em cada um de nós, a minha relação com cada criança deverá ter por base
o Afeto, a Confiança, o Carinho, o Amor… como posso eu querer que uma criança seja
afetuosa se num dia inteiro não lhe dou um abraço, não a olho nos olhos, não
lhe dou um beijo, não lhe dou colo, não lhe faço um olhar mais sério (porque
isso também é afeto)? O Afeto deve começar primeiro por nós, os Educadores
(termo abrange Educador e Auxiliar), para que a criança sinta confiança e sinta
também ela vontade, espontânea, em ser afetuosa, e cada criança precisa do seu
tempo, precisa de ser respeitada no modo como expressa os seus sentimentos, uma
criança que não seja tão “beijoqueira” como outra não quer dizer que seja menos
afetuosa, isso depende do modo de ser de cada um, do contexto (há dias em que
não apetece e pronto!), e o importante é respeitarmos cada criança, dando-lhe o
seu tempo e o seu espaço… um beijo que nos é dado de modo espontâneo é bem mais
valioso do que quando acontece por obrigação pois significa que a criança
adquiriu a confiança que precisava para o fazer.
Não há problema nenhum fazer parte do nosso vocabulário
quotidiano palavras como Amor, Carinho, Gosto de ti, Amo-te, beijos, colo, mimo…
não nos fragiliza em nada, e viver os Afetos com as crianças deve fazer parte
da rotina para que passe a fazer de quem elas são e do modo como se relacionam
umas com as outras… se eu, adulto de referência, passar dias a usar tom voz
alto, ralhar e ralhar, não olhar para as crianças… a criança irá reproduzir
isso mesmo… as crianças expressam aquilo que vivem… e o MUNDO NÃO É COR DE
ROSA, e há momentos em que há necessidade da criança perceber que tal atitude
não é correta, mas eu acredito que se houver entre nós uma relação de confiança,
de afetos, esses momentos “mais sérios”
serão aceites de um modo mais eficaz pois ela sente que se é algo que deixa
triste uma pessoa de quem gosta procurará não o fazer.
Afetos devem fazer parte de todos os momentos, quem não ouviu
“ não lhe dês colo/mimo que só a estragas”? TOTAL IGNORÂNCIA ou INCAPACIDADE DE
AMAR, e se assim o for mais vale repensar o seu papel junto de um grupo de
crianças, as crianças GOSTAM de um modo muito natural, sem artifícios, gostam
quando se sentem gostadas…
Janeiro, Fevereiro, Março, Abril, Maio , Junho, Julho,
Agosto, Setembro, Outubro, Novembro e Dezembro são os meses em que deveria ser
OBRIGATÓRIO viver-se o AMOR… e viver o Amor é mais do que decorar corações, é
mais do que correios de Amor, é mais do que objetos comercialmente cheios de
Amor, é mais do aquilo que se vê… é sobretudo SENTIDO, VIVIDO e manifestado
através de gestos genuinamente partilhados … é dizer (com as palavras e com o coração)
simplesmente GOSTO DE TI!
*Relembro uma canção que desde que sou Educadora fez parte dos meus projetos de sala ( e traz-me tantas memórias de MOMENTOS de viver afetos)… Adivinha quanto gosto de ti ( André Sardet)… pela simplicidade e Magia das palavras… uma canção que era a "nossa"... fazia parte dos nossos momentos… e isso é simplesmente AMOR!
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