Era uma vez… e a Magia acontece!
( de sorriso na cara e borboletinhas na barriga!)
A Ana Luísa traz uma
caixa que não conhecemos, o que virá lá dentro? (é isto que leio nos seus
olhares curiosos)
Vamos dar inicio a mais
um Projeto que começa com a história “ O SOBREIRO MÁGICO”…
E
como surge esta história?
Foi uma história
escrita por mim, pretendia um texto melodioso, daí a utilização de rimas, mas
composto por palavras simples mas simultaneamente relacionadas com o símbolo do
Sobreiro e vários elementos desta temática que tivessem ligação com a nossa
Vila de Coruche. E porque escolhi escrever esta história? Primeiro porque
tínhamos delineado um projeto em torno deste tema, no entanto, o que encontrei
eram textos mais elaborados sobre o ciclo da cortiça, e tendo ideia definida do
que pretendíamos era momento de concretizar… e assim nasce o SOBREIRO MÁGICO!
Não é fácil a fase de
elaboração de uma história que será o recurso de onde surgirá todo o projeto,
há sempre aquele receio, e mesmo alguma timidez em fazê-lo… mas tendo definido
o que se pretende abordar e o modo como o queremos fazer, depois é apenas “puxar”
pela Imaginação… A maior dificuldade foi conseguir imprimir um carácter mais
imaginativo a elementos tão concretos…e foi com a menina e o seu baloiço
pendurado no Sobreiro que vamos fazendo uma viagem imaginária e concreta pelo
mundo da cortiça, um símbolo da vila de Coruche…
A caixa mágica…
É uma estratégia que
usualmente utilizamos, é o “dar vida” às histórias… uma história composta
palavras que vão sendo “ilustradas” por vários materiais concretos… pretendemos
que seja uma descoberta com os Sentidos, uma exploração, estímulos à capacidade
de Imaginar, de Sonhar…
E como já é um recurso
que utilizamos as crianças antecipam que está a chegar uma novidade para ser
descoberta… o primeiro momento em que tal acontece é o MOMENTO… um momento de
entrega nossa enquanto Educadora, em que temos a função de apresentar a
história e os vários elementos… um momento de entrega de cada criança… um
momento de entrega do grupo… Momento de Partilha… Partilha de palavras que dão
lugar à curiosidade, ao querer descobrir, à partilha entre todos…
Para mim, enquanto
educadora estes momentos de Hora do Conto são muito especiais pelas Partilhas
que permitem, e se temos definidos objetivos, desde logo surgem tantos outros,
tantas observações de situações que nem tínhamos pensado, e, com as crianças,
somos conduzidos por vários caminhos, e isso é que é a riqueza de estar ao lado
delas no seu percurso de crescimento em que fazem as suas próprias escolhas,
surgem interesses ou não interesses…
O MOMENTO…
Na zona do tapete os pequenotes olham-me com aquele olhar curioso (intimidante)… eu tiro a bata, vou buscar a caixa mágica, o Sobreiro (feito cartão e colagem folhas e pedaços cortiça), um pedaço cortiça retirado do sobreiro (em estado natural)… sento-me frente para o grupo com os materiais em meu redor… observo a caixa, bato 3 vezes na caixa, abano a caixa... abro-a bem devagarinho contando 1,2,3…há um misto de silêncio e sorrisos curiosos (não sei traduzir este som)… retiro o texto (espécie de livro improvisado), e começo a contar a história (num tom médio de voz que vou oscilando)… retiro a saia da menina e a fita que coloco em mim de forma muito pausada… deixo de ser a Ana Luísa, passo a ser a menina… a menina que tem o baloiço no Sobreiro que vai para frente e para trás (movimentos repetidos das mãos), a voar até ao céu … e a partir daqui seguimos viagem brincando com a sonoridade das palavras, utilizando imagens e elementos reais (cortiça, rolhas, bolotas)… após a história é tempo de explorar os vários elementos da história… é tempo de Imaginar, é tempo de brincar, é tempo de tocar, de ouvir, de cheirar, de provar, de observar… é tempo das Descoberta de cada um e de todos…o limite? Não há limites para a Imaginação…
“A leitura de histórias pode, assim, ser muito mais do que o
cumprir de uma rotina de uma forma estereotipada e pouco rica. Ela pode ser uma
actividade muito agradável, fonte de inúmeras reflexões e partilhas e um
elemento central na formação de “pequenos leitores envolvidos” (A descoberta da
escrita; textos de apoio para educadores de Infância;pág.78)
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