terça-feira, 27 de fevereiro de 2018


Mapa de presenças


Na parede da nossa sala foi “construída” uma casinha que passou a integrar o nosso espaço, o Mapa de Presenças (Quem veio hoje à Creche). O Mapa é constituído pela base onde estão fotos de todas as crianças, fotos a preto e branco. Junto ao mapa está uma caixa onde estão as mesmas fotos mas com cor. Para marcar a presença cada criança deve colocar a sua foto com cor em cima da foto a preto e branco (afixam através velcro). – CORRESPONDÊNCIA IMAGENS (estimular observação do “eu” e dos “outros”)

Como reagiram pequenotes?

Primeiro a curiosidade, os olhares em que uns observavam pelo canto do olho (um observar distanciado), outros iam identificar de quem eram as fotos dizendo os nomes.

Conversamos um pouco sobre aquela “casinha”, mostrei como se colocavam fotos, experimentaram, combinamos que as fotos apenas poderiam ser retiradas quando fossem embora.

O 1ºdia …

A marcação de presença ocorreu consoante cada criança foi chegando à sala o que permitiu que fosse um momento entre a criança e a educadora; todos colocaram no local certo. Posteriormente, durante o momento da maçã, e com o objetivo de tornar aquele recurso algo de pertença do grupo, observamos todas as fotos, contamos o número de fotos, e foram surgindo várias conversas das observações que iam fazendo (ex: quem estava lado de quem, a roupa, o cabelo). Curiosamente, a nossa “casinha” manteve as fotos e só no final do dia consoante a saída de cada criança foram sendo retiradas, o que se tem verificado nos dias seguintes. Tenho também observado crianças junto casinha a conversar sobre as fotos sobre os colegas, características…



Refletindo

·        O Mapa Presença como recurso pertencente à rotina da sala

·        Permite trabalhar a noção de pertença a um grupo

·        Estimula capacidade de observação

·        Possibilita a contagem; noção número; em cima/baixo/lado

·        Estimula o desenvolvimento da linguagem

(…)



E assim vamos Crescendo Felizes!!!

terça-feira, 6 de fevereiro de 2018


PROJETO EMOÇÕES COM CORES


E tudo começa com …história o “MONSTRO DAS CORES”

Mais importante do que aprender as cores, é descobrir as cores no mundo que nos rodeia, na nossa roupa, nas nossas paredes, nos nossos brinquedos, na Natureza…DESCOBRIR!

E esta nossa aventura começa com a história o Monstro das Cores, que conjuga Emoções e Cores de um modo tão divertido, e o que poderia ser assustador, os Monstros, são na verdade criaturas adoráveis, coloridas, com sentimentos…SENTIR E COR, uma junção que resulta na perfeição!



A Hora do Conto no CRIB (o início PERFEITO)

E começamos este projeto de um modo MÁGICO, com uma Hora do Conto no CRIB BENAVENTE dinamizada por Raquel Silva Pereira e alguns utentes. Fomos recebidos com tanto carinho que nos sentimos logo em "casa", e na ludoteca tivemos uma experiência maravilhosa, o livro ganhou vida, conhecemos cada um dos monstros e os seus potes de bolas de cores, houve tanta partilha de olhares curiosos, abraços, beijocas...que privilégio é observar os nossos pequenotes a darem e a receberem com a pureza tão própria da infância...são experiências como estas que nos fazem crescer como seres humanos.





A caixa especial “ Monstro das Cores”

Para a exploração da história na nossa sala precisamos de uma caixa mágica; a particularidade é que as personagens foram pintadas pelas próprias crianças que assim participam ativamente na elaboração dos materiais. A caixa é constituída pelo livro pop-up; pelas personagens, por frascos com pedaços de eva brilhante/tecidos/fitas com várias cores; bolas coloridas; balões; tules coloridos;





O Monstro e os monstrinhos

Cada criança pintou com todas as cores um monstrinho e posteriormente o grupo pintou um Monstro (tamanho grande); são sempre momentos de muita diversão o estar em grupo,  pintar livremente (não há cumprir limites espaciais- tirando procurar não pintar chão), escolher cores, partilhar cores e espaço- atividade tão simples mas através da qual podemos observar tanto de cada criança e do grupo.
















TPC dos Pais

Os pais são sempre os nossos parceiros e procuramos inclui-los sempre nos vários projetos, desta vez pedimos que registassem situações em que as crianças tivessem os vários sentimentos representados pelos Monstros das Cores (Alegria; Raiva, Medo; Calma; Tristeza; Amor/Carinho)

Hit musical do projeto- a música faz parte da vida da nossa sala, por isso não poderíamos deixar de ter uma canção para utilizarmos neste projeto: Canção jogo das Cores (Panda)
https://www.youtube.com/watch?v=V7qlQwC0QdY



E assim vamos CRESCENDO FELIZES, a descobrir, a Sentir, a Partilhar, a Brincar…




Um texto com memórias tão comuns a cada um de nós...
( Lúcia Santos,pág.3; Edição Apei (janeiro/abril2013)


“A casa dos meus pais onde vivi em criança ficava numa rua com uma fileira de casa só de um lado. A meio da rua, a mercearia da senhora Maria, numa ponta, um monte com algum mistério, e a seguir, outra fileira de casas. Do outro lado da estrada, saltando o muro ou subindo a ribanceira, um enorme campo de ervas onde caçávamos e aprisionávamos grilos e fazíamos bolos de lama aproveitando as poças de chuva mais resistentes. Havia algumas oliveiras, perfeitas para trepar, saltar dos ramos e ver quem atingia a distância maior para atar cordas e fazer baloiços. A seguir, um pinhal! Falta acrescentar que a rua era ligeiramente inclinada e de alcatrão. Ainda é, mas hoje já não se vêem carros de rolamentos a rolar por ali abaixo, ninguém sente a adrenalina da descida nem leva joelhos esfolados no asfalto para casa. Apenas os carros circulam para cima e para baixo.

Mas o pinhal era o grande desafio, primeiro luminoso, depois cada vez mais denso e escuro. Avançávamos em grupo, imaginando homens do saco, malfeitores, mas sobretudo os soldados do Príncipe João que perseguiam os bons, os livres e os justos pela floresta de Sherwood. Avançávamos corajosamente munidos de espadas, fisgas, arcos e flechas. Tínhamos um enorme arsenal destes artefactos bélicos construídos depois da escola, muitas vezes às escondidas, ou imaginávamos nós que era às escondidas mas na realidade não era, e nunca sem ouvir um ralhete mais aceso porque devíamos estar a fazer deveres de casa. “ As crianças têm que brincar! “, ouvia-se. Nada mais verdadeiro! E brincávamos. Nunca chegámos a vias de facto com os homens do Xerife de Nothingham: eles fugiam quando pressentiam a nossa presença.

Éramos os reis da floresta, e tínhamos aquele sentimento de estar bem uns com os outros e com a vida. Hoje vemo-nos pouco, crescemos, todos temos as nossas vidas moderna e atarefadas, mas quando nos encontramos somos os amigos de sempre, exploradores de territórios desconhecido e improváveis e ainda capazes de escolher o melhor galho para limpar com a navalha e fazer um arco e flecha. As culturas da infância mudam com o tempo, mas a Natureza continua lá com um manancial inesgotável de sensações e experiências, de descoberta e bem-estar a que é indispensável regressar.”
Resultado de imagem para brincar natureza

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018


Brincar (explorar) na/com  Natureza…

Quem não tem memórias de uma infância em que brincamos na Natureza…e foi tão bom! (se fecharmos os olhos ainda temos essas imagens, sentimos os cheiros, e com toda a certeza sorrimos!)

Quem não se lembra de fazer bolinhos de areia e água, saltar nas poças, desenhar com paus, pisar chão com os nossos pés, sentir o cheiro e o sabor da terra, lançar pedras o mais longe possível (por vezes lá aconteciam uns acidentes)…eu lembro-me e muitos de nós lembramo-nos….mas não estamos a permitir que as novas gerações tenham essas memórias que fazem parte de cada um de nós.

A vida é uma correria, essa a realidade dos dias de hoje mas não podemos nós mudar o rumo da história, ao invés de frequentarmos os parques “emborrachados” irmos simplesmente para o campo e deixar as crianças brincarem, explorarem, e desenvolverem algo tão importante como a IMAGINAÇÃO!

Em contexto de infância cada vez é mais raro haver parques com areia, com paus, com pedras…com Natureza, cada vez mais temos um espaço exterior estruturado pelo adulto mas que impossibilita que as crianças tenham as experiências que o contato com a Natureza possibilita, que descubram a Natureza com todos os Sentidos, que interajam entre si nessa descoberta, que sejam crianças (e criança gosta de se sujar, gosta de descobrir, gosta da novidade…)

A criança está suja de areia, e nós não nos sujamos tanto a confeccionar os famosos bolos de areia/lama? E não fomos crianças felizes??

Tal como refere Neto et al. (2007)

“ A vivência do território é fundamental para a estruturação de mapas mentais que dêem à criança uma identidade de lugar e uma identidade de si capaz de perdurar até à idade adulta” (p.35)

E as crianças adoram descobrir Natureza, seja nos pauzinhos que descobrem e escondem nos bolsos dos bibes como se de um tesouro se tratasse, seja no perseguir das formiguinhas, no fazer buracos quase de um modo mágico, as crianças querem descobrir e nós (adultos) deixamos??

Que a infância dos dias de hoje permita que criança seja criança numa Natureza cheia de tesouros e experiências que ficam para a vida toda…

Que as nossas crianças cresçam Felizes!!!