quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

VAMOS VIVER O CARNAVAL???


CARNAVAL, UMA DIVERSÃO OU TORTURA??






O Carnaval está por todo o lado… parece que a loucura que se vive no Natal voltou… é trabalhos de placard (normalmente inacessíveis ao olhar das crianças) cheios de cor, purpurinas e mais purpurinas (quanto mais melhor), trabalhos de uma perfeição que nos faz refletir como crianças tão pequenas têm desenvolvidas técnicas tão requintadas…é um ver salas a transformarem-se em verdadeiros ateliers de costura (de alta costura)… é uma correria pois a nossa sala tem de ser a melhor, a mais brilhante, a mais ofuscante… ainda que tenhamos crianças “perdidas” no caos das purpurinas sem perceber muito bem o que se está a passar no seu espaço.

Mas quem instituiu que CARNAVAL tem de ser assim?
CARNAVAL deve ser alegria, estimular a exploração e a descoberta… deve ser sons, cores, sensações … mas não é isso que esperamos com cada projeto que desenvolvemos? Envolver cada criança e o grupo, a equipa, as famílias, a comunidade num projeto que tenha sentido para os protagonistas, as CRIANÇAS.
No Ninho dos Corujinhas procuramos que o Projeto “ Vamos Brincar ao Carnaval” integrasse as várias áreas de desenvolvimento, não nos faz sentido que um projeto se centre apenas num trabalho de Expressão Plástica que servirá para decorar uma parede… uma das nossas atividades consistiu  na elaboração de um trabalho de Expressão Plástica mas é uma atividade que integra todas as outras que fomos realizando, consideramos importante, quer para nós equipa mas principalmente para as crianças que haja um fio condutor, não sendo assim, será um “fazer por fazer” o que acaba por se refletir num envolvimento da criança sem qualquer interesse (uma obrigação).


CAIXA DAS TRAPALHADAS

Um recurso que esteve presente ao longo de todo o projeto, mas que continuará a fazer parte da sala, ou seja, não é apenas um recurso do projeto CARNAVAL, até porque permite tantas aprendizagens, tantas partilhas, tantas descobertas e redescobertas que seria um desperdício não utilizar noutros momentos. A Caixa das Trapalhadas tem no seu interior perucas, óculos, cachecóis, chapéus… e através deste recurso pretendemos estimular a capacidade de Imaginação das crianças, podem ser quem quiserem, utilizar o acessório que escolherem… é um recurso que estimula ao jogo dramático através do qual a criança se expressa mas que também proporciona a interação entre as crianças.

“O jogo dramático ou brincar ao “faz de conta” é uma forma de jogo simbólico em que a criança assume um papel de outras pessoas, animais ou máquinas ou o vive através de um objeto (boneco, marioneta) para representar situações “reais” ou imaginárias, e exprimir as suas ideias e sentimentos.” (OCEPE.pág.51)



Seja Carnaval, seja outra data … o importante é que as crianças se sintam envolvidas, tenham interesse pelo tema, pelos materiais, pelas experiências que vão vivenciando… o mais importante… É CRESCER FELIZ!



terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

FEVEREIRO... mês do Amor! E nos outros meses, não é permitido Amar?



Gosto de ti… simplesmente porque gosto!





Fevereiro… não sei onde foi decretado que neste mês o AMOR/AFETOS seria tema obrigatório a ser contemplado nos projetos de sala, pelo menos até não chegar o CARNAVAL, outro tema com carácter obrigatório!

Mas afinal os Afetos, o Amor não deve estar presente todos os dias? Tem dia específico para acontecer? Mitos e mais mitos… obrigatoriedades decretadas por mais do mesmo, sem pensar no mais importante, nos protagonistas, as CRIANÇAS!

Eu, Ana Luísa, assumidamente uma pessoa/profissional Emocional, acredito que os Afetos não se ensinam… VIVEM-SE… mas primeiro tem de começar em cada um de nós, a minha relação com cada criança deverá ter por base o Afeto, a Confiança, o Carinho, o Amor… como posso eu querer que uma criança seja afetuosa se num dia inteiro não lhe dou um abraço, não a olho nos olhos, não lhe dou um beijo, não lhe dou colo, não lhe faço um olhar mais sério (porque isso também é afeto)? O Afeto deve começar primeiro por nós, os Educadores (termo abrange Educador e Auxiliar), para que a criança sinta confiança e sinta também ela vontade, espontânea, em ser afetuosa, e cada criança precisa do seu tempo, precisa de ser respeitada no modo como expressa os seus sentimentos, uma criança que não seja tão “beijoqueira” como outra não quer dizer que seja menos afetuosa, isso depende do modo de ser de cada um, do contexto (há dias em que não apetece e pronto!), e o importante é respeitarmos cada criança, dando-lhe o seu tempo e o seu espaço… um beijo que nos é dado de modo espontâneo é bem mais valioso do que quando acontece por obrigação pois significa que a criança adquiriu a confiança que precisava para o fazer.

Não há problema nenhum fazer parte do nosso vocabulário quotidiano palavras como Amor, Carinho, Gosto de ti, Amo-te, beijos, colo, mimo… não nos fragiliza em nada, e viver os Afetos com as crianças deve fazer parte da rotina para que passe a fazer de quem elas são e do modo como se relacionam umas com as outras… se eu, adulto de referência, passar dias a usar tom voz alto, ralhar e ralhar, não olhar para as crianças… a criança irá reproduzir isso mesmo… as crianças expressam aquilo que vivem… e o MUNDO NÃO É COR DE ROSA, e há momentos em que há necessidade da criança perceber que tal atitude não é correta, mas eu acredito que se houver entre nós uma relação de confiança, de afetos,  esses momentos “mais sérios” serão aceites de um modo mais eficaz pois ela sente que se é algo que deixa triste uma pessoa de quem gosta procurará não o fazer.

Afetos devem fazer parte de todos os momentos, quem não ouviu “ não lhe dês colo/mimo que só a estragas”? TOTAL IGNORÂNCIA ou INCAPACIDADE DE AMAR, e se assim o for mais vale repensar o seu papel junto de um grupo de crianças, as crianças GOSTAM de um modo muito natural, sem artifícios, gostam quando se sentem gostadas…

Janeiro, Fevereiro, Março, Abril, Maio , Junho, Julho, Agosto, Setembro, Outubro, Novembro e Dezembro são os meses em que deveria ser OBRIGATÓRIO viver-se o AMOR… e viver o Amor é mais do que decorar corações, é mais do que correios de Amor, é mais do que objetos comercialmente cheios de Amor, é mais do aquilo que se vê… é sobretudo SENTIDO, VIVIDO e manifestado através de gestos genuinamente partilhados … é dizer (com as palavras e com o coração)  simplesmente GOSTO DE TI! 

*Relembro uma canção que desde que sou Educadora fez parte dos meus projetos de sala ( e traz-me tantas memórias de MOMENTOS de viver afetos)… Adivinha quanto gosto de ti ( André Sardet)… pela simplicidade e Magia das palavras… uma canção que era a "nossa"... fazia parte dos nossos momentos… e isso é simplesmente AMOR!

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

MAIS UM DESAFIO, ANA LUISA??



Workshop “ Era uma vez… na Creche”



E chegou o tão aguardado dia 2 Fevereiro de 2019, o dia em que o  Workshop “ Era uma vez… na Creche”  ganhou vida. Já o tinha preparado há algum tempo, aliás era para ter sido concretizado mas na altura não houve muita adesão… se calhar tinha de vir a acontecer neste momento, neste meu espaço tão especial, Ninho dos Corujinhas. Foi no início deste ano de 2019 que resolvi resgatar o workshop, primeiro porque poderia conjugar com o caminho que temos feito no Ninho, segundo porque havia um acrescentar de muitas experiências ao meu caminho como Educadora, e terceiro porque seria um modo de rentabilizar o espaço.

Mais um DESAFIO Ana?

Foi o que me disseram logo as “minhas pessoas”,  mas a verdade é que apesar de estar envolvida em tantas tarefas quer profissionais como pessoais, esta experiência era algo que desejava há algum tempo, e estar na minha “casa”, partilhar o nosso projeto, ouvir partilhas de outras realidades, era algo que queria muito pois sei que também me ajuda a crescer como profissional.

Decisão tomada, e ainda que eu esteja envolvida em tantas tarefas, toca a organizar os pormenores como a organização do dia, o espaço, as atividades… apesar do workshop estar pronto (e quem me conhece sabe que tenho de ter tudo planeado ao pormenor) era o momento de o repensar, de integrar nele o meu projeto Ninho dos Corujinhas e o que tem influenciado na minha caminhada enquanto Educadora.


O dia chegou… supostamente eu deveria estar nervosa com “borboletas na barriga”, mas tal não aconteceu, estava muito confiante no que me tinha proposto a fazer … cheguei mais cedo para tratar últimos pormenores e lembro-me de sentir-me em Paz e Feliz, confiante no que ia fazer…

As colegas começaram a chegar, algumas caras conhecidas, outras caras desconhecidas, umas colegas de mais perto, outras de mais longe… um aspeto que me deixa sensibilizada é as pessoas abdicarem de um Sábado, virem a Coruche a um Workshop, sem saberem o que iam receber em troca…

Começamos por conhecer as instalações do Ninho e posteriormente passamos à sala onde iria decorrer o workshop onde nos apresentamos de um modo divertido, começando logo aí nesse momento o “ Era uma vez…” com as histórias de cada uma de nós… e por aí foi decorrendo o dia em torno de Partilhas da minha história como Educadora em Creche mas também da história de cada uma das participantes… uma das minhas preocupações era não ser demasiado teórica nem demasiado prática, procurando que houvesse um equilíbrio, também não quis de todo passar receitas, o dia era para PARTILHAR, para nos desafiar a refletir sobre a nossa prática pedagógica, sobre que Educadora (inclui todos adultos que trabalham com as crianças) sou ou quero ser… foi um dia repleto de muitas histórias, da minha parte o meu principal objetivo é exactamente o mesmo que desejo para os meus Corujinhas… Crescer Feliz! 














Para mim foi um dia de muito crescimento, de reforçar aquilo em que acredito, que a Creche não é um depósito de crianças, é a base do seu percurso de crescimento, é um local de muito Sentir, e que bom foi observar que há colegas que também partilham desse mesmo Acreditar, que querem ser profissionais de qualidade, que querem Crescer…





* Um agradecimento a todas que estiveram presentes e tornaram este dia tão Especial…