sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Momentos de Partilha... de Crescer muito Feliz!



                                                                               Gorros Mágicos








Em tempo de frio não devíamos estar às voltas com o Inverno? E andamos mas por um caminho diferente… tudo começou com a história “ Ovelhinha dá-me lã” e falamos de frio e quente, de roupas quentinhas, de lã, de ovelhinha… mas mais do que falar, na realidade, temos vivenciado várias experiências tão enriquecedoras integrando as várias áreas de desenvolvimento. Através das observações dos pequenotes percebemos que uma das peças de roupa preferida é o gorro, quer pela textura, cores, por ser algo associam a “chapéu”, por isso mesmo a atividade de expressão plástica consistiu na decoração de uma imagem de gorro, mas queríamos que ficasse um gorro especial. Nesse sentido pedimos ajuda aos nossos amiguinhos do Centro de Dia de Coruche para que nos fizessem pompons que iriam completar o trabalho de cada criança. A proposta foi aceite com muito entusiasmo e responsabilidade de quem tinha uma missão muito importante… 

E hoje foi dia dos nossos amiguinhos virem entregar os pompons … e foi uma manhã muito especial… que bom é ver os seus sorrisos, a senhora que trazia o saco com os pompons parecia que trazia o maior tesouro do mundo (e trazia mesmo)… o modo como eles olham para os pequenotes, um sorriso tão genuíno e um olhar brilhante… a partilha de beijocas, colinhos, a preocupação se alguma criança choraminga, a música da gaita de beiços do Sr. Joaquim, as gargalhadas… maravilhosas gargalhadas carregadas de uma energia tão boa… 



















Por isso a senhora trazia realmente no saco um TESOURO, os pompons especiais que tornaram mágicos os gorros dos nossos Corujinhas… 


A parceira Centro de Dia e Ninho dos Corujinhas resulta em momentos maravilhosos, quer para as crianças como para os seniores, e acontecem de um modo tão espontâneo, tão genuíno… desperta tantos SENTIR para ambos…

Há momentos que nos acontecem e sabemos exactamente onde nos inspiramos para querer seguir este caminho… ainda estava eu em formação do Curso professores EB-1ºciclo em Portalegre quando o professor Abílio Amiguinho pegou na turma e nos levou a Ouguela, visitamos uma escola do 1ºciclo que tinha como vizinhos na sala do lado os utentes do Centro de Dia… lembro-me tão bem de quando todos se juntaram na hora do almoço, a cumplicidade entre os miúdos e os velhotes, a partilha, o carinho… esta visita marcou-me muito e acredito que foi uma influência decisiva para o caminho que escolhi percorrer em que ACREDITO que é através de momentos assim tão enriquecedores que nos vamos “construindo” como pessoas… e ter a possibilidade de integrar atividades enriquecedoras nos vários projetos para as nossas crianças e comunidade é um privilégio… é um privilégio viver estes projetos ao lado deles… e mais uma vez na simplicidade consegue-se tanto…

E assim, TODOS JUNTOS CRESCEMOS FELIZES!

sábado, 19 de janeiro de 2019


As “molduras” de fotos na nossa sala


Estamos na sala 1 ano com crianças pequenotas… mas o que quer isso dizer? Somos pequenos e não fazemos isto, não fazemos aquilo… porque somos PEQUENOS?

Não, são crianças pequenas mas com todos os Sentidos despertos para descobrir o que os rodeia, com uma curiosidade que transborda o seu tamanho… esta semana acrescentamos mais algumas fotos (amiguinhos e equipa da sala) e foi vê-los imediatamente a querer descobrir, a apontar, alguns a balbuciar nomes, a acarinharem (fazes festinhas nas fotos ou beijar)… começou por ser uma descoberta mais individual mas que rapidamente partilharam entre si.  

As “ molduras” são bem mais do que um simples elemento decorativo, começou por surgir como elemento novo o que despertou logo a atenção, mas incidindo nas imagens de cada um e de quem faz parte do seu quotidiano estimulou ainda mais o querer OBSERVAR… um observar que permitiu tantas descobertas de um modo natural, e a minha postura começou por ser de acompanhamento deles mas gradualmente fui afastando-me permitindo a cada um fazer as suas próprias explorações e que privilégio é observá-los nos seus momentos de crescimento, uns focam-se nisto, outros naquilo... perceber as afinidades entre eles a surgir, perceber a importância que nós adultos temos para eles ( o dizer nosso nome, o acarinharem a nossa imagem)… modos de Sentir que uns já vão expressando verbalmente mas que se percebe sobretudo através da própria linguagem corporal…

E sim são crianças pequenas mas a cada dia crescem mais um pouco, são crianças que gostam de descobrir, de explorar, de observar, de Sentir… e nós equipas de sala temos de aprender com os nossos pequenotes, que importante é ter o nosso Olhar desperto para o muito que acontecesse nas nossas salas… não nos basta estar lá fisicamente, temos de estar ao lado deles, acompanhar as suas descobertas… e assim todos juntos CRESCEMOS FELIZES!

terça-feira, 15 de janeiro de 2019

Partilhando Colinhos


Crianças e Seniores- Partilhando colinhos e abracinhos…


No Ninho dos Corujinhas pretendemos proporcionar às nossas crianças experiências que contribuam para o seu desenvolvimento integral. Por isso mesmo acreditamos que o contato com os seniores será uma mais valia para todos. Por um lado, as crianças têm possibilidade de conviver com pessoas que comportam em si muitos saberes com os quais podem aprender muito, além disso este convívio possibilita desenvolver nas crianças o respeito pelos seniores valorizando a sua experiência de vida. Os seniores, por sua vez, acabam por beneficiar, quer fisicamente, já que as interações com as crianças convidam-nos ao movimento; quer também a nível emocional pois as crianças estimulam muito ao Sentir, ao dar colo, ao sorrir… às emoções.

Tudo isso integra o percurso pedagógico que pretendemos seguir  no Ninho dos Corujinhas direcionado à vivência com o meio e a comunidade, entende-se que, em contato com outras pessoas, as crianças são capazes de adquirir competências e valores tão importantes para o seu percurso de crescimento.

Esta parceria com o Centro de Dia de Coruche começou com o projeto “história dos nossos avós” em que contamos com a presença de um grupo de utentes, inclusive o Sr. Joaquim que trouxe a sua gaita de beiços e proporcionou momentos tão bons. E agora com o projeto “ Ovelhinha dá-me lã” voltamos a planear atividades que envolvam esta parceria que tanto adoramos… o Ninho dos Corujinhas, representados por mim ( Ana Luísa) e pela Carminho (criança sala 1 ano), dirigiu-se ao Centro de Dia e realizamos uma hora do conto com a nossa caixa mágica, e aproveitamos para pedir aos nossos amiguinhos para nos fazerem pompons para juntar a um trabalho que as crianças irão realizar no âmbito do projeto, material esse que será entregue numa visita dos nossos amiguinhos ao Ninho, onde  com toda a certeza haverá boas partilhas de colinhos e abracinhos… através destes momentos de Partilha Crescemos Muito Felizes!!!


terça-feira, 8 de janeiro de 2019


Projeto Ninho dos Corujinhas


No dia 1 de Agosto de 2018 quando abrimos a porta do nosso Ninho dos Corujinhas traçamos o caminho que queríamos percorrer ao lado dos nossos pequenotes e das suas famílias. Um caminho que partia da observação de cada criança e do grupo, dos seus gostos, dos seus interesses, um caminho que iria acontecer na nossa Vila de Coruche, daí o tema do nosso primeiro projeto pedagógico ter como tema “ Viver Coruche”.

Começamos timidamente com poucas crianças, ainda assim com uma energia maravilhosa, um espaço cheio de cor e luz… Agosto ficou marcado por um usufruir do espaço exterior sobretudo da piscina e da caixa de areia, recriando a nossa “praia”, não faltaram geladinhos, as molhas de mangueira, os baldes e pás e brinquedos de praia. Mas também foi mês em que saímos para o exterior e fomos descobrir a identidade da nossa vila, o que foi ainda mais reforçado por ser um mês marcado pelas Festas de Coruche. 



Começar o ano letivo,Setembro, foi novamente um turbilhão de momentos, a fase da adaptação que como todos sabemos não é fácil para as crianças nem para as famílias, mas que faz parte, e que é o momento que marca o início das relações que se vão basear na confiança, no carinho, no estimular o gosto pela descoberta… e começamos com o projeto “ Um ninho especial” utilizando uma história que envolvia corujinhas, Acreditar, Amor, Confiança…  neste mês vivemos também o projeto “ Caixas há muitas” e “ Toca a Mexer” em que tivemos diversas atividades que nos permitiram ter momentos tão felizes (ex: brincar livremente com caixas de vários tamanhos; aula Zumba Kids com famílias; Passeio avós e netos…) 





Agosto e Setembro permitiu-nos perceber que é este o caminho que queremos percorrer, mais do que trabalhar temas, o importante é VIVER ao lado dos pequenotes projetos que lhes desperte os vários Sentidos, que lhes desperte o querer SENTIR o tudo que os rodeia, que lhes permita construir as suas próprias memórias e isso só ocorre quando as vivências têm realmente significado.

Mas estávamos a chegar a Outubro e nada dos temas tradicionais? Não se trabalha Outono? Primeiro, por esta altura estava um calor que mais parecia Verão, que sentido fazia introduzir um tema só porque tem de ser? Não nos fazia sentido… e continuamos… com projeto “ história dos nossos avós” que teve como base a história “ Corre, corre cabacinha”, e ficou marcado por vários momentos tão especiais, e destacamos a visita dos nossos amiguinhos do Centro de Dia, uma manhã de partilha de colinhos entre gerações… foi tão simples e grandioso o que vivemos naquela manhã…


O mês de Outubro ficou também marcado pelo início do projeto “ Balão Mágico”, em que pretendemos viver o Festival de Balonismo que decorreu em Coruche… e tudo começou com 3 imagens reais, tivemos a canção Balão Mágico, construímos o nosso próprio balão, observamos os balões de ar quente cujo ponto de concentração foi em frente ao nosso Ninho, participamos, com as famílias, na caminhada inserida nas atividades desenvolvidas na nossa vila… mas não deveríamos estar a trabalhar o OUTONO? Não, o tema do Outono foi vivido quando o meio circundante nos “disse “ que essa estação do ano tinha chegado, quer através das folhas que começaram mudar cor e a inundar o chão, através dos frutos da época… viver com cada criança, com cada grupo, com cada família um projeto que estava relacionado com o “ Viver Coruche” fez todo o sentido, e há momentos que são únicos…ter uma criança no nosso colo com os olhos arregalados a apontar para o balão e sentirmos o bater do seu coração a velocidade mil, o seu sorriso que traduz o que está a sentir… é a prova de que vale a pena seguir aquele caminho que sai da norma, se tem significado para a criança/grupo não é isso o mais importante?



Novembro ficou marcado pelo projeto “ Pedra Falante” integrado no dia nacional do pijama, em que mais uma vez vivemo-lo, explorando o que o meio tinha para nos dar ( ir apanhar pedras mágicas) e que conjugamos com um estimular da Imaginação adaptando a histórias às nossas faixas etárias procurando explorá-la de um modo Mágico… e que bom foi partilhar com todas as escolas pijamas a nossa adaptação da história.


Dezembro, mês de Natal! Para muitos profissionais, mês de tortura… mas nós sabíamos o que queríamos, VIVER O NATAL, o que passou por momentos de histórias, de exploração canção, símbolos de Natal, pela participação das famílias, por uma festa com as famílias em que o principal objetivo seria estarmos juntos e felizes… afinal não é isso o Natal? 



Quando começamos a nossa caminhada percebemos que havia um olhar curioso sobre nós, aquele olhar de quem pensa “ Isto é assim porque abriram a porta agora…  logo lhes passa… é assim porque têm poucas crianças…”

Passaram 5 meses, a energia com que abrimos a porta mantém-se, o Acreditar mantém-se, o Amor que depositamos no que fazemos mantém-se… o querer mais e melhor, o exigir de nós a máxima qualidade…

Que bom é fazer aquilo que gostamos, que bom é percorrer um caminho em que acreditamos, que bom é viver momentos tão especiais… mais do que fazer, mais do que produtos para arquivar em dossiers, mais do que presentes perfeitinhos… queremos VIVER, DESCOBRIR, PARTILHAR…queremos construir memórias, queremos continuar a escrever (viver) uma história verdadeiramente Mágica… QUEREMOS CRESCER FELIZES!

domingo, 6 de janeiro de 2019

Workshop… Era uma vez, na Creche! 

Dia 2 fevereiro (10h - 12.30/14h - 17.30) na Creche e JI Ninho Dos Corujinhas em Coruche ( a nossa linda vila ribatejana a cerca 50 minutos de Lisboa) … um dia para Partilhar e Crescer Felizes! Quem alinha? Faça a sua inscrição para o mail: asilvana19@hotmail.com .
Inscrevam-se e Partilhem!!
A imagem pode conter: texto

SOU EDUCADORA DE INFÂNCIA… JÁ SEI TUDO?

Sábado de manhã (5/1/2019)… pelas 8.30h… o carro marca temperatura de … apetecia ficar mais um pouco na cama quentinha… as ruas de Coruche ainda estão meio desertas… mas vamos lá, rumo a Lisboa!

Mas o que nos move, em condições tão difíceis, a abdicar de um Sábado para ir a uma formação? Já temos a formação académica enquanto profissionais de educação, é mesmo necessário frequentar formações?

SIM… na minha opinião, no dia em que eu achar que já sei tudo é o dia em que não saberei nada… que esse dia nunca chegue! E sim temos a formação académica mas é necessário ir adquirindo novos conhecimentos, partilhar e ouvir partilhas, fazer as nossas leituras, refletir sobre a profissional que sou, sobre o meu contexto, sobre o caminho que percorro ao lado dos pequenotes e famílias … é necessário APRENDER ... APRENDER É CRESCER… considero que é algo importante em qualquer área profissional pois só assim se poderá alcançar a qualidade.

Na área da Educação de Infância, apesar de ser ainda uma área recente para mim (tenho palpite que daqui 20 anos continuo a dizer isto), tenho sentido alguma evolução, há maior procura de formação no sentido de melhorar as práticas pedagógicas, e é algo que deve ser valorizado, o haver humildade para ter abertura para aprender… sobretudo numa profissão em que se exige um pouco de vários olhares (ex:o olhar a nível de saúde , e não somos médicos, mas temos de perceber sinais e agir), uma multiplicidade de olhares que exige um investimento ao nível da formação que vai mais além da mera formação académica .

E que formações devo frequentar? Na minha opinião cada profissional deve procurar temas que lhe sejam uteis, ir a uma formação é um investimento (pessoal; monetário) que cada um deve rentabilizar o melhor possível traduzindo-se em maior qualidade na sua prática pedagógica. Quando vou a uma formação não vou em busca de receitas, sou educadora de uma grupo constituído por crianças, cada uma com a sua especificidade, estou num determinado contexto … e é isto mesmo que aprecio nestes momentos de formação, conhecer outros profissionais, perceber as diferentes realidades, registar novas bibliografias, conhecer materiais… PARTILHA… é na partilha que crescemos muito enquanto profissionais.



Formação: E AGORA?MAIS CRECHICES!


Há já alguns anos que frequento as “formações da Célia”, tal como relembramos, comecei a frequentar como professora E.B-1ºciclo e passei depois a frequentar como Educadora de Infância. 

Não irei revelar muito sobre esta formação uma vez que vai andar pelo país e há que manter o fator “curiosidade” . O que destaco do dia de ontem:

- Que bom observar que há muitas colegas a querer crescer profissionalmente;

- Momento de apresentação: ADORO… modo como cada uma se apresenta, e o amor que se sente pela profissão nessa mesma apresentação;


- Ligação teoria com o que fazemos na prática;


- Listagem de bibliografia ( e o ter oportunidade de manusear tantas novidades);


- Conhecer novos materiais e onde os podemos adquirir ;

- O trabalhar em grupo ( ir falando com colegas , perceber as suas realidades…)

- As dinâmicas que nos fazem saltar da cadeira e FAZER, mexer o corpo e a alma!



Ultra Destaque (sem revelar muito)

- A minha criança e Eu… o levar-nos às nossas memórias, à criança que fui, à pessoa que sou… vai muito mais além da imagem… um despertar saudades da minha infância… o resgatar de memórias… o refletir sobre o percurso do ontem até hoje… e que bom é levarmos essa reflexão para o que fazemos enquanto profissionais, eu quero muito, ao lado dos pequenotes e famílias construir as nossas memórias, despertar a Imaginação… que as nossas crianças tenham sempre a capacidade de Sonhar e ser FELIZES! Ainda que numa sociedade tão diferente daquela de quando eramos crianças… eu ACREDITO QUE É POSSÍVEL!


Concluindo… se queremos ser profissionais de qualidade devemos investir na nossa formação, devemos querer sempre saber mais, devemos ter capacidade de continuar a Aprender… de Refletir… de Partilhar… pois a CRESCER SOMOS FELIZES!




sexta-feira, 4 de janeiro de 2019


Minha querida escola da aldeia
Os ventos da Escola apontam para novos caminhos? E que tal começar a casa pelas fundições e não pelo telhado?
Escola Montinhos dos Pegos

Hoje foi dia de reunião escolar do meu pequeno maior que frequenta o 3ºano de escolaridade. E parece-me que há “ventos novos a soprar” sob influência do modelo finlandês. Estas reuniões são vividas por mim de duas formas, como mãe mas também da perspectiva de profissional de educação (até porque a minha formação inicial foi professora E.B-1ºciclo). Ainda na minha formação inicial ( há longos anos) já haviam bons exemplos de escolas em Portugal que seguiam caminhos diferentes do tradicional , escolas vistas como excepção (até colocadas um pouco à margem) mas referências para quem acredita numa educação de qualidade para todos (e não apenas para quem frequenta colégios privados). Um desses exemplos é a Escola da Ponte (situa-se em São Tomé de Negrelos, concelho de Santo Tirso, distrito do Porto)

“A organização que esta Escola põe em prática inspira uma filosofia inclusiva e cooperativa que se pode traduzir, de forma muito simplificada no seguinte: todos precisamos de aprender e todos podemos aprender uns com os outros e quem aprende, aprende a seu modo no exercício da Cidadania.”(http://www.escoladaponte.pt)



Como profissional de educação, esta escola tem sido para mim uma referência de qualidade pelo projeto, pelo empenho da equipa, pelo trabalho desenvolvido em parceria com as famílias, e principalmente pelo que considero ser o principal objetivo de todos os níveis de ensino, o respeito por cada criança, pelos seus interesses, pela pessoa que cada um é… por um interesse em que cada um cresça e aprenda com qualidade… Crescer Feliz!

Mas há outros exemplos de qualidade em Portugal, então porquê apontar o foco para a Finlândia se em Portugal temos bons exemplos? Modas? Interesses económicos?

Lamentavelmente o sistema educativo em Portugal está doente, rege-se por rankings, programas a mudar constantemente, por professores cada vez mais desiludidos (e por muito Amor que se tenha à profissão, não é suficiente para um sistema que se rege por interesses políticos e não educativos).

p.s: ISTO NÃO É UMA REFLEXÃO POLITICA ( é a junção do que vou assistindo como mãe e como profissional de educação)



Os ventos soprarem rumo à mudança é algo positivo, mas para se mudar tem de se perceber que caminho se quer percorrer, não vamos ali à Finlândia trazer a receita e aplicar. A mudança tem de começar desde a Creche, quando se começa uma casa não é pelo telhado que começamos pois não? Aliás os bons exemplos que temos em Portugal não aconteceram de um dia para o outro, exige reflexão, exige diálogo, exige formação, exige compromissos entre várias partes envolvidas.

Retornando à minha formação inicial como professora E.B-1ºciclo, a experiência que tive a dar aulas foi muito reduzida, de apenas 3 meses, e ainda bem que fui e vivi aquela experiência. Eu que adorava o caminho de formação que tinha feito, tinha certeza que tinha nascido para ser professora, bastou-me estes 3 meses para acontecer a desilusão. Deparei-me com um sistema envelhecido cheio de vícios … se calhar tive azar no local onde fui colocada… hoje, considero que foi o melhor que me aconteceu… eu que nunca aspirei a ser a Senhora Professora (estatuto), aspirei a entrar num sistema educativo e contribuir com qualidade para o percurso de formação das crianças... e é possível, há muitos bons profissionais a fazê-lo ( e ainda bem)… mas não pode o nosso sistema educativo andar conforme os ventos sopram… e todos nós testemunhamos que assim o é…

Um momento de mudança que considero extremamente negativo foi a construção das Mega escolas, unicamente em nome da contenção de custos ( que duvido que tenha dado resultados esperados), eu fui do tempo da escola da aldeia, ainda bem… faz parte das minhas boas memórias… o ir a pé para a  escola, a rua que ia ficando cheia das crianças que se dirigiam para a escola, o brincar livremente, o baloiço que me bateu na cintura marcando-me (saudavelmente ), os tacos do chão de madeira… a escola da aldeia permitia a nós crianças construir as nossas memorias através deste viver tão bom e faz parte de cada um de nós, e fazia parte de cada “terriola”… E nos dias de hoje? Edifícios gigantescos, sem espaços exteriores de qualidade, com mais conflitos… é como se as escolas se tivessem transformado nos “ Shoppings da Educação ou Deseducação”…

Finalizo esta reflexão esperando que os ventos soprem para uma mudança de qualidade que deve desde logo começar na Creche, e que o principal objetivo seja que cada criança Cresça Feliz!