quinta-feira, 27 de dezembro de 2018


Adeus 2018… olá 2019!


Definição de reflexão

1.ato ou efeito de refletir ou refletir-se

2.mudança de direção, ou mudança de sentido na mesma direção

3.ponderação, meditação

4.comentário, pensamento






Estamos naquela fase do ano em que o “mundo” entra em fase de reflexão. Mas isso não deveria acontecer todos os dias? 
Eu acho que sim, e para mim é imprescindível, eu que sou rotulada de extremamente reflexiva (para alguns até de mais…). Não considero um defeito, gosto de pensar sobre o que vivo, sobre cada detalhe, pois só assim o vivido tem realmente significado. E em Educação de Infância é fundamental refletir, seja sobre o tanto que vivenciamos, seja sobre o que observamos, é mesmo muito importante “ ter as antenas sempre ligadas”. É fácil? Mas quem disse que o caminho mais fácil é o melhor? Não é nada fácil, e é algo que se vai aprimorando com o passar do tempo, com a experiência… mas há um aspeto que considero importante manter, o sermos genuínos nas nossas reflexões, o termos a capacidade de vermos o lado bom mas também o lado menos bom, e sim, o mundo não é cor de rosa, e sim há dias menos bom, e curiosamente é nesses dias que conseguimos retirar as maiores aprendizagens. Ainda que a capacidade reflexiva faça parte de mim, nesta fase de final de ano é tempo do “ Balanço”, que caminho percorri até agora? Que caminho vou seguir? Que sonhos tenho? Que desafios vou abraçar?

2018 foi um ano que marcou a mudança na minha vida profissional, e consequentemente pessoal, em que troquei o meu emprego de educadora numa IPSS por um projeto meu, Ninho dos Corujinhas”… foi um ano marcado por tantos momentos, por tanto crescimento profissional e pessoal. Tem sido fácil? Não, trabalho muito mais, mas não é apenas um emprego, faz parte de mim e marcará com toda a certeza a minha vida… um desafio desafiante… o concretizar de um Sonho… têm sido meses de seguir o caminho em que acredito em Educação de Infância, na companhia de uma equipa de sonhadoras como eu, das famílias, e principalmente dos nossos pequenotes. Enquanto educadora acredito que a minha função é crescer ao lado de cada criança, viver com elas os vários momentos, vê-las crescer a cada dia… mais do que estar ali para lhes ensinar seja o que for, estou (estamos) para crescer com cada uma delas, ao seu ritmo, respeitando-a como pessoa… e isto foi na prática que aprendi, e não foi fácil para mim que vinha de uma formação de professora do EB-1ºciclo enraizada num método muito tradicional, foi uma aprendizagem que fui fazendo (e continuo a fazer) e que surge através das minhas reflexões sobre aquilo que vivo… e felizmente, sou uma privilegiada, e espero um dia dizer “ Fui Educadora”! Mas hoje já posso afirmar que SOU FELIZ no caminho que percorro… 

2018… a marcar um ponto de viragem na minha caminhada, com tantos momentos, tanto SENTIR, tanto, tanto… 2019 estou à tua espera, que venha muito mais…

A Crescer, todos juntos, somos FELIZES!

domingo, 16 de dezembro de 2018

Vamos Viver o Natal!!!


  FESTA DE NATAL: Viver o Natal ou " massacre " de Natal?


15 de dezembro de 2018… a 1ºfesta no meu/nosso Ninho dos Corujinhas, mais uma data tão Especial que guardarei nas minhas memórias.

Ao longo dos anos participei em várias Festas de Natal na Instituição onde trabalhei, e havia algo que cada vez mais me inquietava, quer pela experiência que tinha como por observar a realidade de outras instituições:

- A Festa de Natal não deveria ser um momento para ESTAR, estar com as famílias, partilhar… para viver o Natal?

Faz sentido investir tanto tempo e energia em ensaios, verdadeiros “massacres” para as crianças para no dia da Festa estarem em cima de um palco em que têm de estar perfeitos? Afligia-me ver crianças a chorar, a tremer, olhar para famílias e ver olhares de tristeza (nenhum pai gosta de ver o seu filho/a triste, ainda por cima com uma plateia a assistir), afligia-me perceber que afinal as crianças, no entra e sai de palco, não usufruíam nada da Festa (que supostamente deveria ser delas), afligia-me a energia que se despendia nas semanas antes em algo que não fazia sentido para as crianças (logo reflecte-se em pouco envolvimento)… afligia-me…

Por isso mesmo, numa nova realidade, no Ninho dos Corujinhas, em conjunto com a educadora Ana Rita, um dos nossos objetivos para o projeto “ Natal é Especial” é que a Festa seria um momento que faria parte do projeto, tal como outros momentos, sendo necessário haver um fio condutor, e algo fulcral para nós, o mais importante é garantir que as crianças se sentem FELIZES. 
E assim, aconteceu a Festa de Natal, com uma atividade para as crianças e que pudessem usufruir com as suas famílias e connosco, tendo em conta o gosto por ouvir canções planeamos um “Concerto mais Pequeno do Mundo “  com Ana Love ( uma jovem cantora de Coruche), seguindo-se a entrega dos presentes que cada criança fez para a família, e também a entrega de presentes às crianças, finalizando a Festa com um lanche partilhado (em que cada família deu contributo).

O balanço? Como profissional é um privilégio  fazer parte de momentos tão especiais como foi esta tarde, todos juntos vivemos o Natal, o estar junto, o partilhar, o conversar, o comemorar… e que bom observar os Sorrisos dos pequenotes, o brilho no seu olhar, tinham com eles pessoas que tanto gostam a usufruir de MOMENTOS… o Natal não se ensina, vive-se, e não é preciso grandes produções artísticas, do simples consegue-se tanto…

Uma Festa de Natal para guardar em mim pessoal e profissionalmente, que me provou tanta coisa que me afligia há alguns anos… e afinal pode ser tão simples… o mais importante deve ser sempre proporcionar momentos em que cada criança se sinta Feliz!

·         Um agradecimento muito especial à equipa Ninho dos Corujinhas, só é possível pelo Amor
 que depositamos no que fazemos: Ana Rita; Mafalda; Manuela;


·         Um obrigada à nossa cantora Ana Love pelo momento musical;


·         OBRIGADA às famílias por acreditarem, por estarem, por confiarem









OBRIGADA aos protagonistas, os nossos Corujinhas, com quem é um privilégio crescer a cada dia…



A CRESCER, TODOS JUNTOS, SOMOS FELIZES!

segunda-feira, 10 de dezembro de 2018


Educadora, estou a VER-TE!!! 

Sou pequeno (a) mas quero DESCOBRIR… quero EXPLORAR… quero APRENDER… quero e quero, e quero…

“Por mais novos que sejam, bebés e crianças estão poderosamente auto motivados para explorar e aprender- ao seu próprio ritmo, através dos seus próprios meios. A aprendizagem desenvolve-se a partir da sua atividade intrinsecamente motivada. Ninguém precisa de lhes dizer como se aprende ou de desencadear as suas acções. As suas próprias escolhas e desejo de autonomia e iniciativa bastam para tal” ( Educação de bebés em Infantários; pág.28)

Esta foto remete para esse desejo de querer Descobrir, para a curiosidade dos meus pequenotes, e ainda que não verbalizem por palavras, o seu olhar traduz essa mesma curiosidade. Centram-se nos materiais, centram- se em mim, centram-se em sons (caixa música), centram-se em texturas… os maiores centrados mais nas imagens do livro, e a Nonô, a mais pequenota de apenas 6 meses com o seu olhar totalmente direcionado para mim. O que motiva a curiosidade desta bebé? Será a voz, serão os adereços, será a minha postura corporal… na minha opinião, é o conjunto de tudo que mobiliza este seu olhar interessado e focado em mim… e sim, estamos sempre a ser observados pelos pequenotes, o modo como falamos, os nossos sorrisos, os nossos não sorrisos, a nossa roupa (cores e texturas), a nossa voz, o nosso olhar… e eles olham-nos diretamente… o olhar mais puro e verdadeiro que existe, e a partir do momento que começam a falar manifestam-no por palavras de um modo tão espontâneo… tudo o que fazemos, como fazemos é foco da sua curiosidade que procura sempre novidades nesta sua descoberta do meio que os rodeia… há uma vontade natural de DESCOBRIR E EXPLORAR.
E nós , profissionais de educação temos de ter isso em conta quando pensamos no caminho  que queremos percorrer ao seu lado, procurando trazer essa novidade tão desejada, a curiosidade existe mas devemos estimular (sem exageros) partindo das informações que cada criança/grupo nos dá quer através de palavras mas também da sua linguagem corporal que nos exige um olhar muito atento.
Cada dia é feito de momentos nossos, e não são apenas as crianças que estão a CRESCER, nós, adultos, crescemos tanto com cada um deles…
E assim… Todos Juntos, a Crescer Somos Felizes!

sábado, 1 de dezembro de 2018

Educadora... dar papinha e mudar fraldas??


Ser Educadora? Em Creche?


Eu, que estudei para ser professora do 1ºciclo, e que cheguei a pensar que seria aquele o meu caminho, a vida deu uma volta inesperada e levou-me para a Educação de Infância. Ainda bem!

A minha primeira experiência foi como educadora na sala de 2 anos e lembro-me de ouvir muitas vezes, até durante o percurso de formação:  “ Isso de estar em Creche nem é preciso estudar, é só mudar fraldas e dar papinha”.  O meu percurso como educadora não é muito longo, mas de uma coisa tenho a certeza, mesmo para dar “papinha e mudar as fraldas” é preciso saber o que se está a fazer e fazê-lo com profissionalismo , neste campo da alimentação há imensos pormenores a ter em conta como introduções alimentares, alergias, relação que se estabelece com cada criança, perceber ritmo/gostos de cada criança (…), no campo da Higiene ter cuidado de fazer muda regular, perceber sensibilidade de pele de cada criança, perceber sinais que as crianças nos dão (…)

Então não me chega “dar papinha e mudar fralda”? NÃO… há tanto para aprender, todos os dias, com cada criança, com o grupo, com as famílias… e não há crianças iguais, não há grupos iguais, não há famílias iguais… e NÃO HÁ RECEITAS, há sim o nosso dever profissional de sermos humildes o suficiente para aprender todos os dias. E sim há um suporte teórico que precisamos ter para nos dar as “ferramentas” necessárias e aliar ao que vivenciamos na prática, é importante ter capacidade de observar, sobretudo com crianças pequenas que não é através das palavras que comunicam mas sobretudo através do seu próprio corpo que nos transmite os sinais do que a criança sente, do que tem necessidade… mas exige que eu esteja lá com ela, que nos olhemos verdadeiramente, que nos permitamos sentir…

Para mim, trabalhar com crianças pequenas é um desafio diário que me estimula à observação sobretudo dos detalhes pois é isso que me dá informação fundamental para como hei-de estar com aquela criança, com aquele grupo… as rotinas vão-se construindo na relação de confiança que vamos estabelecendo entre nós… e sim o inicio do ano letivo é um momento difícil para a criança, mas também para nós, mas a verdade é que é um momento em que nos vamos descobrindo e adquirindo progressivamente uma relação de confiança e passa por nós profissionais promovermos momentos que envolvam a criança/grupo, que estimule a sua curiosidade, o seu interesse…

E há depois uma parte que para mim é a fundamental, o estabelecermos a nossa relação emocional, a criança sentir confiança em nós, sabendo diferenciar que não somos os pais/família, mas que somos também parte da sua vida, do seu quotidiano… somos nós que vamos passar maior parte dia com ela, somos nós que vamos ter privilégio de presenciar tantas novidades (primeiras palavras, primeiros passos, primeiros conflitos, primeiras pintadelas, primeiros saltos…)

E as famílias? São os nossos parceiros mais importantes… quem ama mais a criança? Quem a conhece melhor? Quem quer o melhor para ela? E as famílias devem fazer parte da rotina da sala, não tem mal nenhum perguntarem, não tem mal nenhum sugerirem, não tem mal nenhum partilharem… as portas da sala é para estarem abertas à presença das famílias… cada criança tem a sua família que é para ser envolvida, que é para ser respeitada ( e para mim isso é um ponto muito IMPORTANTE, o que a família nos transmite é sigilo não é para se andar a falar fora do âmbito sala, a isso se chama profissionalismo )

Afinal o que é isso de ser Educadora? Para mim, um desafio diário que me estimula a dar o melhor de mim, é um privilegio fazer parte do percurso de crescimento dos nossos pequenotes e vê-los a cada dia CRESCER, e permitirem que eu cresça com eles é muito ESPECIAL… para mim, ser educadora também é dar "papinha e mudar fralda", mas é mais do que isso, é muito mais… é tanto SENTIR que não há palavras que o consigam descrever… para mim… mais que um percurso profissional, faz parte de mim!

PROJETO NATAL É ESPECIAL!

Vamos começar mais um projeto no nosso Ninho dos Corujinhas e como chegamos a este plano orientador? Para nós, enquanto profissionais, é importante termos um fio condutor, ainda que este não seja um plano rígido, há sempre a possibilidade de retirar algo ou acrescentar. O importante é começar pelo que desperta mais interesse nos grupos, e neste projeto vamos iniciar com uma canção de uma versão do Panda e Caricas pois as crianças já manifestaram em certos momentos apreciar este tipo de canções e também a personagem Panda. Por outro lado, as canções são um excelente recurso, estimulam os vários sentidos, aliando o emocional com o físico (o mexer o corpo). Partindo da canção procuraremos trabalhar todas as outras áreas de desenvolvimento, e ainda que pareçam estar separadas, dificilmente se conseguem dissociar umas das outras.
Refiro mais uma vez que este é um plano orientador, e é este o desafio de quem trabalha com crianças pequenas, o ter abertura para retirar algo (ou porque grupo não aprecia, ou por questões logísticas…) ou acrescentar (ou porque de casa vem uma história, um elemento decorativo, um alimento…)
Como profissional, o Natal é um projeto como todos os outros, a ser pensado partindo da criança e do grupo, onde devemos procurar estimular à DESCOBERTA, à EXPLORAÇÃO, à CURIOSIDADE, ao BRINCAR… mais do que produzir produtos ou investir tempo e energias em decorações, o mais importante é termos os nossos momentos de um CRESCER FELIZ!