sábado, 23 de março de 2019


Olha  o balão! E agora? Vamos ou não vamos?

Um final de tarde marcado por um momento tão especial…o nosso Ninho dos Corujinhas situa-se frente a um terreno onde já se tornou usual os balões de ar quente subirem, e foi o que aconteceu neste final de dia, mal vimos algumas movimentações lá fomos nós portão fora para aproveitar esta oportunidade. Enquanto o balão ia ganhando forma, começamos por correr um pouco, apanhar flores e pedras, brincar com paus, entretanto alguns pais (e avó) foram chegando e juntaram-se a nós…já com balão pronto para subir para o céu, sentamo- nos e observamos, sopramos para ajudar o balão a subir, cantamos e observamos o balão gigante azul a subir para o céu… Um momento especial… observar os olhinhos brilhantes dos pequenotes a usufruir daquela experiência e cada um a usufruir à sua maneira… oportunidades de aprendizagem que surgem de um modo tão natural mas onde há tanto para observar, vivenciar, aprender…Crescer!

Momento(s) de aprendizagem: Observamos o balão Gigante, de cor azul, subir/descer, a interação entre as crianças, a partilha destas observações, o envolvimento das famílias, o estimular uso de vocabulário, a música, o soprar, o voar como o balão… tantas áreas de desenvolvimento presentes neste momento tao cheio de tanto…

E a planificação? Sim, planificar é muito importante pois ajuda-nos a estruturar os projetos que vamos desenvolver, no entanto, e esta foi uma aprendizagem que tive de fazer através de uma reflexão individual (pois na minha formação como professora 1ºciclo a planificação era encarada de um modo mais rígido), as planificações não têm de ser cumpridas à risca, temos ter capacidade de deixar “espaço” para as oportunidades de aprendizagem que vão surgindo, e por isso mesmo é tão importante termos sempre ativa a nossa capacidade de Observação.

 “Planear permite, não só antecipar o que é importante desenvolver para alargar as aprendizagens das crianças, como também agir, considerando o que foi planeado, mas reconhecendo simultaneamente oportunidades de aprendizagem não previstas, para tirar partido delas.” (OCEPE; pág.15)

No exemplo que apresentei do irmos observar o balão a levantar voo pudemos comprovar isso mesmo, as oportunidades de aprendizagem surgem de um modo natural e temos de ter a capacidade de usufruir das mesmas com os nossos pequenotes, e neste caso, até tivemos a possibilidade de envolver os familiares que iam chegando… foi realmente um momento de muitas aprendizagens de um modo natural, várias áreas de conteúdo foram desenvolvidas e cada criança vivenciou aquele momento à sua maneira… é realmente um privilégio usufruir de momentos assim, refletir sobre o que vivenciamos, o que observamos de cada criança e do grupo, utilizar este mesmo momento em outras situações que planeamos (ex: ao usar cor azul referir o balão Gigante)…

Confesso, como profissional de Educação de Infância que chegar a este caminho não foi fácil, numa fase inicial tive de me “libertar” da rigidez da formação enquanto professora 1ºciclo e perceber que a planificação é um guia não é algo que temos cumprir com rigidez, temos dar espaço ao que surge naturalmente, ao interesse ou não da criança e das crianças, ao termos capacidade de também passar isso mesmo para as famílias, mais que cumprir objetivos estabelecidos é importante ter abertura para receber o que vai surgindo do tanto que nos rodeia e ir redefinindo o que temos planeado … quando comecei a perceber a riqueza das oportunidades de aprendizagem na prática através do envolvimento das crianças foi quando eu como profissional também consegui libertar-me da referida “rigidez”, considero que é importante organizarmo-nos e estruturarmos os projetos que estamos a desenvolver mas também ter capacidade de os enriquecer com o tanto que vai surgindo…

E assim, todos juntos, A CRESCER SOMOS FELIZES!

domingo, 17 de março de 2019

De pés e cabeça nas NUVENS... quem quer??

SONHAR É BOM, E RECOMENDA-SE!




Um dos meus livros preferidos é “ A que sabe a Lua” (Michael Grejniec )… um livro feito de descobertas, de Sentir, de partilhas… um livro que nos desperta a Imaginação… uma escrita simples mas cheia de tanto! 


E nós enquanto profissionais de educação podemos desafiar-nos a elaborar histórias assim, não temos de ser ilustres escritores, basta juntar os elementos que pretendemos descobrir com os nossos pequenotes de um modo estimulante capaz de lhes despertar a IMAGINAÇÃO… por exemplo, um elemento que gosto muito de observar, e que também desperta muito a curiosidade dos pequenotes são as NUVENS, têm mil e uma formas, parecem pedaços de algodão (eu gosto pensar que são de algodão doce), mexem-se entre si… são muito ESPECIAIS!



Que maravilhoso é observar as NUVENS e ver o que quisermos, a Imaginação não é o limite… e fazer essas mesmas observações com os pequenotes é despertar a sua capacidade de ver com todos os SENTIDOS… a que sabem as nuvens, a que cheiram as nuvens, qual o seu som, qual a sua textura, qual a sua cor?? Mas nestas observações sensoriais procurarmos sair do óbvio, do racional … procurarmos estimular as nossas crianças a SONHAR… parece “tontice” mas é algo muito importante para o seu percurso de crescimento, crianças que sonham serão com toda a certeza adultos mais Felizes!!



AFINAL… a que sabem (e mais…) as NUVENS??



As Nuvens sabem a Sonho. Sabem a ar. Sabem a EMOÇÃO. Sabem a Liberdade… sabem a algodão doce… sabem ao que cada um de nós quiser!

Quanto ao cheiro… cheiram às coisas simples da vida… a mimosas… a alfazema… a chocolate… a morangos… ao bolo da minha avó…

A sua cor… são multicoloridas… parecem ser brancas, mas na verdade são uma junção de mil e uma cores…

O toque… as nuvens são fofas...



O som… nas nuvens ouvimos o sussurrar da brisa que as atravessa… uma espécie de assobio que nos envolve…


As NUVENS são mágicas e especiais…









De vez em quando faz-nos bem estar de pés e cabeça nas Nuvens… com toda a certeza irá despertar muitos Sorrisos… porque descobrir são sempre momentos de SER FELIZ!















domingo, 10 de março de 2019

Quem disse que o céu é azul? ( ENTRE O REAL E A IMAGINAÇÃO)





(Foto gentilmente cedida por José João Ferreira: vila de Coruche)


Sentadas na mesa de folha branca à frente e lápis na latinha, tudo preparado? Toca a desenhar LIVREMENTE… mas será mesmo assim? O sol é ali em cima (mas às vezes não o vemos espelhado na água?) a flor aqui, o pássaro tem de ser desenhado no céu (os pássaros costumam pousar no chão) … finalizado esse desenho que fizeste LIVREMENTE, toca a pintar… o céu rosa e azul? As ervas em verde estranho (mistura verde alface, verde escuro…)? As flores azuis ou pretas? 


Afinal o que quer dizer a palavra LIVREMENTE?

li·vre·men·te
(livre + -mente)

advérbio

1. De modo livre.

2. Sem restrições ou limitações.


"livremente", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, https://dicionario.priberam.org/livremente [consultado em 10-03-2019].



Quem não viveu uma experiência assim enquanto criança ou enquanto profissional? Mas acontece, pedimos às crianças para serem livres nas suas realizações, para utilizarem a Imaginação e depois vimos munidos de regras estabelecidas pela realidade… afinal o que pretendemos? Crianças (realmente) livres ou que façam o que queremos? Não têm elas os seus próprios gostos, a sua própria visão da realidade… e na verdade, o céu nem sempre é azul, as ervas têm mil e uma tonalidades de verde, as flores são de mil e uma cores… afinal quem não anda a observar o que nos rodeia… A criança ou o adulto? Parece que nós adultos deixamos de ter a capacidade de observar mais do que o óbvio, e a nossa capacidade Imaginação onde está? E assim o que passamos para as gerações mais novas? Não Imaginem, não Sonhem , não sejam crianças, não brinquem, não … não… não

Impomos limites e mais limites e depois queixamo-nos que cada vez mais cedo temos crianças tristes, crianças a ter dificuldade em Sorrir, crianças que nem parecem crianças…



E tudo pode ser tão simples… o primeiro passo começa em nós, os adultos, em também nós termos capacidade de continuar a Imaginar… e para isso não temos de ser os “palhacitos “ , basta proporcionar- nos experiências realmente estimulantes, desafiadoras capazes de despertar nas nossas crianças a sua capacidade de Sonhar… que mal tem numa corrida pelo campo essa mesma se transformar num voo de passarito , ou a flor que fala connosco… ser Livre é não ter limitações, puder ser quem quero, o que quero… Ser livre é Ser Feliz!





quinta-feira, 7 de março de 2019

Por entre tachos e panelas...também Crescemos!!



Momentos meus… momentos teus… momentos nossos
Uma cesta com materiais de alumínio é colocada no centro da sala? E agora? Explorar com todos os SENTIDOS… descobrir… partilhar… brigar… imaginar…





Como profissional é uma atividade que considero muito enriquecedora pois permite-me observar tanto… e cada criança faz exploração conforme quiser…o adulto deve dar todo o espaço e tempo às crianças, participando apenas se lhe for solicitado…e  num primeiro momento observei explorações mais individuais, uns provocavam barulho, outros simulavam o comer (colher), outros utilizavam como chapéus (panelas na cabeça)…num segundo momento começaram a partilhar, sobretudo dois a dois, os materiais… num terceiro momento já começam surgir alguns conflitos porque o que quero é aquilo que o outro tem… e num quarto momento observei uns a continuarem a exploração dos materiais, enquanto outros vão em busca de outros interesses…
Para mim é um privilégio estar apenas a observar cada uma das crianças nestes momentos e o grupo, permite-me perceber características de cada um, o que mais gostam, o que menos gostam, o modo como exploram, que Sentido utilizam mais, a sua capacidade de concentração na exploração, os coleguinhas com quem mais se relacionam partilhando, ou quem entra em mais conflito na disputa pelos materiais… 




A atividade durou cerca de 20 minutos, umas crianças envolveram-se mais, outras abandonaram mais cedo, mas o importante não era a duração da mesma mas sim o modo como cada criança se envolveu… um outro aspeto que também considero de salientar é que umas crianças mostram um lado mais imaginativo, transformando materiais do quotidiano noutra coisa, outra crianças são mais realistas reproduzindo a função que associam aquele material.

E sim somos pequenotes, ainda não verbalizamos por palavras o que sentimos, o que queremos, mas basta observarem-nos para nos perceber… e para nós profissionais é muito importante ter a capacidade de observação bem desperta pois o que observamos deverá ser a base do nosso trabalho enquanto educadores, partindo dos interesses de  cada criança e do grupo , e mesmo sem palavras dizem-nos tanto…



E assim a CRESCER, TODOS JUNTOS, SOMOS FELIZES!