domingo, 27 de outubro de 2019

QUERO TER LIBERDADE… para simplesmente BRINCAR!



Sábado tarde, uma tarde outonal com aquele solinho baixo e uma brisa amena.  O que apetece? Vamos pegar nos miúdos e sair de casa, vamos sem rumo… e fomos! Sem planos traçados, apenas passear e aproveitar para estarmos juntos… uma REGRA: nada Centros Comerciais, seria um atentado a uma excelente tarde de Outono… e fomos, sem rumo, dar a Alcochete, apetecia-nos ver água e como as praias ainda ficam distantes, foi uma alternativa que não obrigou a deslocações demoradas em que passamos mais tempo de carro do que propriamente a usufruir do Meio, e ainda que o cenário de fundo fosse a Cidade de Lisboa, há a Reserva Natural do Estuário do Tejo que nos permite observações muito interessantes… um passeio pela zona ribeirinha de Alcochete…  a imensidão do Tejo, as gaivotas, os barquinhos, uma marginal bem agradável para um passeio sem rumo… os miúdos a chutar bola, os pais a caminhar e na converseta … 





O parque infantil

Junto zona ribeirinha há um parque infantil, curiosamente com elementos com muita ligação a Alcochete e à tradição tauromática, um escorrega em forma de Touro, os baloiços com  bandarilheiros… os miúdos quiseram ir brincar para o parque, e lá fomos nós, ainda que a caminhada sem rumo estivesse a ser tão boa…


O parque, a obedecer ao mais do mesmo de todos os parques atuais, borracha e grades… uma “jaula emborrachada”, em redor zona de bancos (supostamente para adultos) … sentei-me e observei (mesmo que queira evitar faz parte de mim)… observei como mãe, como cidadã, como profissional de educação… OBSERVEI E REFLETI…

Eu e o pai ficamos na zona exterior ao parque, nos “bancos de adultos”, os miúdos foram experimentar o parque… no interior do parque já estava algum “engarrafamento de adultos” , um casal com uma miúda com seus 7 anos que supervisionavam milimetricamente todos os seus passos de braços levantados não fosse ela cair, uma senhora que fazia também o acompanhamento de uma menina de cerca 5 anos, um casal e senhora mais velha que se dividiram para acompanhar um menino com cerca 3 anos, uma menina que brincava sem supervisão “sombra” (avó estava telefone num dos bancos)com outro menino (pais estavam no exterior)… as crianças com supervisão “sombra” não estavam a explorar o espaço livremente, nem podiam! E se uma dessas crianças ficasse simplesmente sentada por uns segundos no cimo do escorrega (de onde se pode observar o topo do Mundo) ou levava com os olhares “fulminantes” da criança que atrás de si quer escorregar (obviamente de mão dada com o adulto), ou levava um ralhete da sua sombra que também já olhava de “lado” para as sombras da outra criança…

E a duas crianças que brincavam mais livremente? A brincadeira era apanhar todos os paus e pauzinhos, rebolarem-se no chão… mas lá vinha grito de aviso pai do menino “ Não te quero deitado no chão”… mas estes eram rebeldes e apesar avisos, sobretudo pais do menino pois a avó da menina estava na “dela”, iam contornando as regras impostas no parque “ emborrachado” encontrando elementos que a Natureza tinha mandado para lá, uns pauzinhos, umas folhas… que alegria explorar aqueles tesourinhos… e quando o menino diz para a menina “ Já temos tudo, falta a areia”… ela responde “ O QUE É AREIA??”… Fiquei verdadeiramente assustada com aquela resposta... eu que fui da geração de bolinhos de areia, eu que chegava casa com sapatos com quilos de areia… e pensei para mim “ EU FUI DA GERAÇÃO QUE BRINQUEI LIVREMENTE”… que mundo é este? Temos toda a LIBERDADE mas não deixamos as gerações mais novas serem livres… é verdadeiramente ASSUSTADOR!

Tal como refere o professor Carlos Neto (recomendo leitura de todo o texto)

“ Estamos a criar crianças totós de uma imaturidade inacreditável”

 ( Carlos Neto: https://observador.pt/especiais/estamos-a-criar-criancas-totos-de-uma-imaturidade-inacreditavel/)





Pensamentos de mãe…

Tenho 2 filhos, um de 9 anos e um de 4 anos, e tal como todos os pais desejo o melhor para eles, desejo que sejam crianças Felizes… mas sim também eu por várias vezes tenho desempenhado o papel de “sombra”, mas podemos nós evitar que caiam? Que esfolem joelhos? NÃO… faz parte da vida, e tentar evitar estas situações estamos a criar crianças pouco autónomas, com receio de tudo e de nada… estamos a impedir que sejam LIVRES! E há soluções? Na minha opinião passa por nós termos capacidade de observar no que se passa à nossa volta e conseguirmos refletir sobre o nosso papel como pais… foram os nossos pais maus pais por nos permitirem “esfolar os joelhos”? Como mãe… assumo que não é fácil, não há receitas…



Pensamentos de educadora…

“ O que é Areia?”… que assustador… mas é real… trabalhei com vários grupos que perante areia a atitude era de nojo perante aquela textura “estranha”… e essa foi uma das razões que quando avancei com Projeto Ninho dos Corujinhas tínhamos de ter uma zona de Areia, a nossa “praia”… além disso frente ao nosso espaço há um campo que é um verdadeiro tesouro, tem árvores, areia, pedras, paus e permite vivências únicas aos pequenotes, de contato com a Natureza, por isso o ir ao terreno é algo que faz parte da nossa rotina diária e observá-los nesse contexto é tão enriquecedor, o correr naturalmente , caem e levantam-se, desenhar com paus, brincar com caracóis como se de bonecos se tratassem… o simplesmente BRINCAR…


“Brincar não é só jogar com brinquedos, brincar é o corpo estar em confronto com a natureza, em confronto com o risco e com o imprevisível, com a aventura.    (Carlos Neto)




Que as novas gerações tenham a possibilidade de simplesmente BRINCAR livremente e criar as suas próprias memórias, que nós, adultos “sombras” tenhamos a capacidade de refletir sobre os nossos papéis, sobre as nossas atitudes e as consequências no percurso de crescimento das nossas crianças… finalizo com uma dúvida: E que pais serão estas crianças dos dias de hoje? 








sexta-feira, 11 de outubro de 2019

De pés e cabeça no ar … e não comemoramos o dia do Animal? E o dia da Música? E o Outono? E Isto? E Aquilo?



Não comemoramos Dia do Animal porque animais não existem apenas um dia por ano, não comemoramos o Dia da Música porque música faz parte de todos os nossos dias, e sim comemoramos isto e aquilo quando faz sentido ao nosso grupo de crianças que esses temas sejam abordados e não para seguir dias instituídos socialmente que nos fazem parecer ovelhinhas que seguem todas o mesmo caminho… ainda bem que há ovelhas que saem do caminho e vão pelos atalhos, porque pelos atalhos descobrimos caminhos verdadeiramente MÁGICOS!



PROJETO SOBE, SOBE BALÃO SOBE…





Eu e os balões Mágicos…

Nas minhas memórias de criança o balão de ar quente apenas faz parte dos desenhos animados A volta ao mundo em 80 dias de Willy Fog… para mim era algo irreal… 

A primeira vez que observei um balão ar quente ao vivo e cores já eu era uma adolescente, lembro-me desse momento e do que senti, um misto de medo e encantamento, aquele balão gigante que curiosamente ia ficando mais pequeno conforme subia rumo ao céu… e era real mas igualmente MÁGICO…

O projeto “ Sobe, Sobe balão sobe”…
Na nossa vila de Coruche é possível observar balões de ar quente a Flutuar pelo céu, seja no Festival de Balonismo ou em voos isolados. E sempre que as crianças têm oportunidade de observar o balão no céu é muito especial… o brilho no olhar, o sorriso de felicidade, o apontar, o comentar… é sempre um momento muito especial que temos o privilégio de viver ao seu lado, e permite-nos abordar temáticas das diversas áreas de conteúdo, como por exemplo o tamanho (grande/pequeno), as cores, o simular que estamos a voar, o soprar para o vento levar o balão, contagens… e desperta nas crianças e em nós adultos um brilho no olhar muito especial…
Em 2018 foi um projeto que desenvolvemos integrando o Evento Festival de Balonismo, e dado ao interesse revelado pelas crianças, neste ano letivo será um projeto que voltaremos a desenvolver, é um projeto que nos vai possibilitar “ Viver Coruche” (tema do nosso projeto Pedagógico) e envolver-nos num Evento tão importante para a nossa vila.
“É nos contextos sociais em que vive, nas relações e interações com outros e com o meio que a criança vai construindo referências, que lhe permitem tomar consciência da sua identidade e respeitar a dos outros, desenvolver a sua autonomia como pessoa e como aprendente, compreender o que está certo e errado, o que pode e não pode fazer, os direitos e deveres para consigo e para com os outros, valorizar o património natural e social.”(OCEPE.pág.33)




As atividades…
E tudo começa com a canção “ SOBE, SOBE, BALÃO SOBE” ( Manuela Bravo)… a área da expressão musical desperta desde logo o interesse das crianças que se manifesta em todo o movimento do Corpo e por isso será a base do projeto, no entanto, procuraremos desenvolver as várias áreas de conteúdo de um modo integrado, de qualquer modo, temos uma planificação base que nos orienta mas que não é fechada, pelo contrário, vai decorrendo conforme os interesses ou não das crianças, quantas vezes não planificamos uma atividade e as crianças nos conduzem por um outro caminho? E que positivo isso é pois quando lhes desperta o interesse maior o seu envolvimento… mas não é assim que deve ser?


DESAFIO Musical…
Para um maior envolvimento da comunidade, e também para enriquecer musicalmente o projeto lançamos um desafio via Facebook, que nos enviem versões da canção “Sobe, sobe Balão sobe”… versões apenas com instrumentos, versões com voz , versões com instrumento e voz… e pedimos a alguns artistas que colaborassem… vamos aguardar!
DESAFIO Balões Mágicos…
Pedimos a colaboração de vários parceiros para que decorassem um molde de balão ar quente e escrevessem “ Do meu balão eu vejo…”, e após a entrega dos balões faremos uma exposição na entrada da nossa instituição para a qual vamos convidar todos os envolvidos. As parcerias enriquecem os projetos pois permitem-nos partilhar atividades, momentos… traduzem-se em vivências tão especiais para quem participa.





O nosso Ninho dos Corujinhas e parceria com o evento FESTIVAL BALONISMO CORUCHE 2019
Em 2019 além de ser um Projeto que vamos desenvolver com os nossos pequenotes, também estabelecemos uma parceria e iremos assegurar , a 1,2,3 novembro, o serviço de Babyssiting GRATUITO a quem for usufruir dos voos de Balão de ar quente ou participar da Caminhada. Consideramos que para nós instituição é importante também este envolvimento com o que localmente ocorre na nossa vila, será um tipo de serviço diferente do que prestamos diariamente mas consideramos que é uma mais valia a nível de valorização do meio de que fazemos parte… um “abrir” do Ninho a quem nos visita para usufruir de algo tão especial e que poderá ter um local de confiança onde deixar os pequenotes, e após o voo usufruir das várias atividades que irão decorrer na nossa vila.

A PARCERIA…
QUE AVENTURA … vamos andar com pés e cabeça no céu!! O Projeto Pedagógico do Ninho dos Corujinhas tem como tema "Viver Coruche" e por isso vamos, todos juntos, viver o Evento Flutuar - III Festival Balonismo Coruche by Cepsa… de 20 outubro a 3Novembro, na nossa Vila de Coruche vai ocorrer o Evento Flutuar - III Festival Balonismo Coruche by Cepsa e o Ninho Dos Corujinhas vai estar presente através SERVIÇO DE BABYSSITING GRATUITO (DIA 1,2 E 3 novembro)
Quem pode usufruir? Exclusivamente crianças que acompanham adultos participantes em voos de balão de ar quente durante o festival ou durante a realização da III Caminhada Festival Balonismo…
Para mais informações :
https://festival.windpassenger.pt/pt/babysitting/

VENHA A CORUCHE USUFRUIR DESTE EVENTO QUE VAI ENCHER O CÉU DE CORES… No Ninho dos Corujinhas garantimos, com toda a qualidade, momentos de SER FELIZ ao seu pequenote!!  Há desculpas para não vir ao III Festival Balonismo Coruche???

E assim… em modo FLUTUAR por atalhos … TODOS JUNTOS, A CRESCER SOMOS FELIZES!


Vamos dando novidades…