quarta-feira, 12 de junho de 2019



ADEUS  FRALDAS!  E AGORA?

O meu primeiro ano como educadora foi numa sala de 2 anos em que as crianças vinham pela primeira vez para a Creche, e todas usavam fraldas. Que medo! Como ia a criança deixar de fazer as suas necessidades livremente para passar a ter rotina de ir ao bacio/sanita?

E não há problema nenhum em assumir os nossos receios, não considero uma fragilidade, pelo contrário, é o termos abertura para aprender e crescer profissionalmente.

Ao longo dos anos, nas funções de coordenadora, pude observar várias formas de se proceder ao desfralde, e essas observações permitiram-me criar as minhas próprias estratégias… e não tenho solução mágica! Antes de iniciar o desfralde há alguns passos que tenho em conta: observar a maturidade da criança e a sua capacidade de perceber o processo sem que fosse algo mecanizado; envolver a família (diálogo, texto sobre Adeus Fraldas; listagem material); não fazer do processo algo doloroso para a criança (ex: passar muito tempo no bacio);  valorizar as conquistas, vivenciar com tranquilidade os “acidentes” (fazem parte, e é importante para a criança perceber o que é o correto)… e MUITO IMPORTANTE , SEMPRE- RESPEITAR CADA CRIANÇA. Nenhuma criança é igual, cada uma tem o seu ritmo, umas interiorizam esta rotina mais facilmente, outras demoram mais tempo (mas devem demorar o tempo que necessitem), e noutras é necessário parar o processo e voltar a iniciar quando a criança se sentir preparada ( e não tem mal nenhum, não é um drama, pior será insistir em algo que a criança não está ainda preparada)

No Ninho dos Corujinhas começamos a 2 junho o projeto “ Adeus fraldas” na sala 1 /2 anos, e comecei pela criança mais “velha” e pela mais “nova”… porquê? Não teve a ver com a faixa etária, baseei-me nas observações que fiz do grupo e individuais… confesso que tive algum receio em relação à criança mais “nova”… mas passadas duas semanas provou-me que este é um processo que tem a ver com cada criança e não podemos reduzir à faixa etária. Um outro aspeto, quando inicio este processo não o faço com muitas crianças, prefiro que seja mais moroso, mas com menos crianças há uma maior disponibilidade que é tão importante na fase inicial, não podemos esquecer que todas as rotinas da sala se mantêm e temos de ter o tempo necessário para vivenciar com as crianças estes momentos.

Enquanto profissional de educação acredito que esta etapa de crescimento das crianças, tal como todas as outras, deverá ser vivenciada e entendida pela criança, e por isso mesmo assumo como um tema de projeto de sala… e começamos com a história  “ Está na hora do bacio” em que vamos brincando com as várias personagens e vários elementos como o bacio, as cuecas, as fraldas… e em torno desta história iremos desenvolver diversas atividades de todas áreas desenvolvimento… deste modo, esta nova rotina passa a ser vivenciada com a mesma postura que adoptamos noutros temas desenvolvidos ao longo do ano. 



















Refiro mais uma vez que não tenho solução Mágica… que é um processo que depende de vários factores, mas há um aspeto que considero ser o mais importante , o RESPEITAR CADA CRIANÇA … esta tem sido a estratégia que já utilizo há 3 anos e que faço alterações conforme o grupo, mas continuo a acreditar que vivermos este momento como um Projeto de Sala permite um envolvimento de todos de um modo mais tranquilo, de um modo mais lúdico, e quando estamos envolvidos de um modo positivo tudo funciona melhor! 






Para mim, como profissional de educação, é um privilégio ver os pequenotes a crescer de um modo tranquilo, a envolverem-se nos projetos, a fazerem as suas descobertas… e a cada dia a CRESCER e a permitirem-me crescer ao seu lado…


E assim A CRESCER, TODOS JUNTOS, SOMOS FELIZES!